Milho: Mercado fecha o dia em alta na Bolsa de Chicago, mas recua no Brasil nesta 4ª
Na sessão desta quarta-feira (18), o mercado do milho na Bolsa de Chicago fechou o dia com altas de 4 pontos entre os principais vencimentos. Os preços operaram durante todo o dia em campo positivo, com um movimento de recuperação depois das últimas baixas, porém, ainda apresentando oscilações menos intensas.
O mercado tem mantido sua tendência de estabilidade no quadro internacional, segundo Vinícius Ito, analista de mercado da Jefferies Corretora, de Nova York, e poderia apresentar novos ganhos mais sustentados à medida em que as expectativas de uma redução de área de plantio nos EUA para a a safra 2015/16 vão se confirmando.
O site norte-americano Farm Futures divulgou, nesta quarta, sua expectativa para a área de milho da próxima temporada em 35,75 milhões de hectares, considerando uma redução, portanto, de 2,5% em relação à área cultivada com o cereal na temporada 2013/14. "E essa baixa na área que vem sendo esperada ajuda a dar algum suporte aos preços nesse momento", acredita o analista. Os primeiros números oficiais serão reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no próximo dia 31 e, até lá, outras consultorias já deverão soltar suas estimativas também.
Enquanto isso, o plantio do grão já começou em algumas áreas do Corn Belt. E, depois de chuvas excessivas em alguns pontos, regiões mais ao sul do cinturão têm passado por dias de clima seco, com umidade abaixo do normal, o que começa a ser uma preocupação - ainda pequena - para os produtores e um sinal de alerta para os investidores. Para Ito, ainda trata-se de um evento de importância limitada para o andamento dos preços, porém, caso isso se estenda para a primavera norte-americana - principal época de plantio - a importância cresce e torna-se fator de monitoração.
Outro fator que tem exercido influência sobre o andamento dos preços do milho na Bolsa de Chicago é a demanda se transferindo dos EUA para outros fornecedores, como Ucrânia e Argentina, por exemplo. Com um dólar mais forte frente à moedas emergentes, o produto norte-americano se torna mais caro e estimula os compradores a buscarem outros exportadores alternativos, onde os valores estão mais atrativos.
E o dólar, nesta quarta-feira, chegou a registrar mais de 1,5% ao longo de uma sessão de bastante volatilidade, mas reverteu o cenário e fechou o dia em baixa, caindo 0,52% a R$ 3,2141. Um dos fatores que motivou a baixa da moeda norte-americana foi o anúncio do Federal Reserve (Fed) de que os juros norte-americanos não devem começar a ser elevados tão cedo quanto se esperava pelo mercado. No Brasil, as incertezas nas cenas política, econômica e social seguem preocupando.
BM&F e Mercado Interno
Dessa forma, os preços do cereal acompanharam a baixa do dólar e fechou a sessão desta quarta-feira na BM&F em campo negativo. Apesar das preocupações com a safrinha deste ano e dos estoques elevados, a variação da taxa cambial tem exercido elevada influência sobre esse mercado, segundo explicam analistas. O contrato maio/15 terminou o dia valendo R$ 28,70 por saca, com queda de 0,69% e o setembro/15 em R$ 29,51, caindo 0,47%.
No porto de Paranaguá, o preço também recuou e foi para R$ 29,00 por saca, apresentando uma baixa de 1,88% em relação ao dia anterior. No interior, estabilidade, com exceção de Cascavel/PR, com alta de 7,50% para R$ 21,50; Jataí/GO subindo 1,88% para R$ 21,65 e, em contrapartida, baixa de 10% em Tangará da Serra, onde o preço foi para R$ 18,00 por saca.
Veja como fecharam as cotações do milho nesta quarta-feira: