Tempo seco e adubos caros podem afetar milho do Brasil e Ucrânia, diz analista
CINGAPURA (Reuters) - A produção de milho do Brasil deverá sofrer este ano devido ao tempo seco, enquanto os custos elevados para fertilizantes na conflituosa Ucrânia vão reduzir a produção por lá, afirmou uma analista agrícola nesta quarta-feira.
Menores suprimentos no Brasil e Ucrânia, segundo e terceiro maiores exportadores de milho do mundo, depois dos Estados Unidos, apoiariam os preços globais do milho, que atingiram mínimas de vários anos ao final de 2014, com recorde de produção nos EUA e na América do Sul.
"No Brasil, o milho está sendo plantado agora (segunda safra), temos que ver como essa cultura se desenvolve com previsões de tempo seco em abril", disse à Reuters a diretora da consultoria com sede nos EUA ConsiliAgra Emily French.
"O Brasil está produzindo uma safra recorde de soja, mas eles tiveram alguns problemas com o clima", disse ela, no intervalo de uma conferência em Cingapura, referindo-se ao atraso na colheita de soja, com impacto no plantio da segunda safra de milho.
Quanto mais tarde ocorre o plantio de milho na segunda safra, maiores são os riscos com o tempo seco.
Na Ucrânia, que vive um conflito armado com separatistas pró-Rússia no leste do país, a produção de milho poderia ser prejudicada "com o custo de fertilizantes 45 por cento mais alto, e o milho sendo uma cultura muito cara para plantar", disse French.
"Talvez eles possam plantar mais trigo."
(Por Naveen Thukral)