Milho: Mercado fecha estável no Brasil e em Chicago nesta 3ª feira

Publicado em 10/03/2015 18:09

Na sessão desta terça-feira (10), os futuros do milho fecharam o dia próximos da estabilidade, com baixas de 0,50 a 1 ponto entre as posições mais negociadas. Entre os primeiros vencimentos, somente o setembro ainda sustenta o patamar dos US$ 4,00 e terminou o pregão valendo US$ 4,03 por bushel. 

O mercado foi amenizando as baixas ao longo dos negócios, principalmente, depois de o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ter trazido, em seu novo boletim mensal de oferta e demanda, números menores para os estoques finais do cereal no país, além de uma elevação de suas exportações na safra 2014/15. 

Os estoques finais norte-americanos passaram de 46,42 milhões para 45,14 milhões de toneladas, enquanto os globais - que também foram revisados para baixo - caíram de forma ainda mais expressiva e passaram de 189,64 para 185,28 milhões de toneladas. As exportações dos EUA também apresentaram mudanças, nesse caso positivas, crescendo de 44,45 para 45,72 milhões de toneladas, ao passo em que a produção mundial do grão caiu de 991,29 milhões de toneladas. 

Para Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a principal novidade do boletim desta terça-feira ficou por conta da elevação das exportações de milho dos EUA, no entanto, esse fator já vinha sendo esperado pelo mercado. "É dado certo como certo que o esse volume será embarcado porque o fator demanda internacional de milho está aquecido. O inverno no hemisfério norte está mais longo, a demanda de ração está sendo maior do que era projetada e no caso do milho isso é importante", explica. 

Porém, as mudanças não foram tão significativas para as cotações haja vistas que, ao mesmo tempo em que o USDA revisou para baixo os estoques (e aumentou as exportações), trouxe uma redução no consumo de milho para etanol, ainda segundo o consultor da Brandalizze Consulting. 

Ainda assim, o mercado, assim como acontece no caso da soja e dos demais produtos negociados nas bolsas norte-americanas, as cotações encontram uma limitação para voltarem a subir de forma expressiva por conta do dólar forte frente às principais moedas de economias emergentes, como o real, por exemplo. 

Nesta terça, o  dólar fechou em leve baixa, caindo 0,82% frente ao real e terminando o dia cotado a R$ 3,1040. A moeda interrompeu uma série de seis altas consecutivas, porém, para analistas, a tendência de alta não mudou e o movimentou foi pontual e temporário, com os investidores buscando garantir parte de seus lucros depois das fortes altas. 

A frágil e instável cena política no Brasil ainda tem sido o principal fator de suporte para a a divisa e não há, no horizonte, sinalizações de que a possa haver uma mudança significativa no cenário para que se reverta a direção do dólar, segundo explicam economistas e consultores de mercado. 

"Estamos em uma situação em que realmente precisamos de um ajuste fiscal. Foram erros cometidos pelo governo no passado, onde se buscou de maneira muito excessiva - por parte do governo - o estímulo ao consumo, em momentos em que se trabalhava com taxas de juros muito elevadas, e isso, por fim, levou a elevação dos custos e a competitividade. Até a própria redução dos IPI's acabou forçando os custos da indústria, apesar da redução dos impostos. E o cenário agora mostra que o Brasil está acima de tudo com baixa competitividade", explicou o economista Jason Vieira, em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

No Brasil 

No mercado interno, os negócios têm assumido um ritmo mais forte do que há alguns semanas, principalmente com vendas futuras. "Houve muitos negócios com embarques para agosto, setembro, outubro, nos patamares de R$ 30,00 a R$ 31,00, chegando, em alguns momentos, a valores acima desses patamares e muitos produtores aproveitaram para fazer algumas posições", relata Vlamir Brandalizze. 

Segundo o consultor, com esses níveis de preços, já há remuneração em quase todas as regiões de Mato Grosso, em demais áreas de produção do Brasil e, com isso, há mais de 10 milhões de toneladas já negociadas com embarque para o segundo semestre. 

Nesta terça-feira, o preço do milho no porto de Paranaguá terminou o dia valendo R$ 30,00 com entrega em outubro/15, registrando uma baixa de 3,23, depois de bater nos R$ 31,00 no dia anterior. No interior do país, porém, o dia foi ou de alta ou de estabilidade entre as principais praças de comercialização. 

Na BM&F, apesar do fechamento em campo negativo do dólar, os principais vencimentos terminaram o dia com boas altas e o setembro superou os R$ 30,00 por saca. A posição terminou os negócios com alta de 0,10% e valendo R$ 30,01. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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