Milho: Na CBOT, preços esboçam reação após dois dias consecutivos de queda

Publicado em 12/02/2015 08:21

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam com ligeira alta na manhã desta quinta-feira (12). Por volta das 9h01 (horário de Brasília), as principais posições da commodity registravam ganhos entre 0,50 e 0,75 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,86 por bushel. 

As cotações tentam uma recuperação após dois dias consecutivos de perdas observadas no mercado internacional. De acordo com informações de agências internacionais, os preços recuaram na sessão anterior, frente aos números reportados pela AIE (Administração de Informação de Energia). Até a semana encerrada no dia 6 de fevereiro, a produção atingiu uma média de 961 mil barris por dia, na semana anterior, o número ficou em 948 mil barris por dia.

Já os estoques de etanol no país também subiram e atingiram o maior patamar desde junho de 2012, em decorrência do crescimento na produção e da queda no consumo. E, diante da desvalorização nos preços do petróleo, a perspectiva é que haja uma redução na demanda de milho para a produção de etanol. Além disso, as estimativas de aumento na produção mundial e os estoques globais, indicados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu boletim de oferta e demanda, também pesam sobre o mercado.

Ainda hoje, o órgão divulga o relatório de vendas para exportação, importante indicativo da demanda. Na semana anterior, as vendas ficaram em 844,900 mil toneladas de milho.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Milho: Mercado ainda reflete aumento na produção e estoques globais e encerra sessão em queda pelo 2º dia consecutivo

Na Bolsa de Chicago (CBOT) os futuros do milho encerraram o pregão desta quarta-feira (11) em território negativo pelo 2º dia consecutivo. As principais posições do cereal exibiram perdas entre 2,25 e 2,75 pontos. O vencimento março/15 era negociado a US$ 3,85 por bushel.

Segundo informações reportadas por agências internacionais, o mercado foi pressionado pelo aumento da oferta de etanol nos Estados Unidos. Conforme dados da AIE (Administração de Informação de Energia), até a semana encerrada no dia 6 de fevereiro, a produção atingiu uma média de 961 mil barris por dia, na semana anterior, o número ficou em 948 mil barris por dia. 

Paralelamente, com a queda nos preços do petróleo, a perspectiva é que haja uma redução na demanda de milho para a produção de etanol. "Em algum momento, essa pressão irá crescer sobre os produtores de etanol nos EUA e as indústrias de etanol também poderão ser afetadas pela queda nos preços do petróleo, que, por enquanto, não há sinal de mudança", destaca o consultor de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica. 

Além disso, o mercado ainda refletiu os números do último boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de oferta e demanda. O órgão aumentou a projeção para os estoques globais de milho da safra 2014/15, para 189,64 milhões de toneladas e da produção mundial, para 991,29 milhões de toneladas de milho.  

O departamento também indicou uma ligeira redução nos estoques norte-americanos, de 47,68 milhões para 46,42 milhões de toneladas do grão. O número ficou abaixo da estimativa do mercado que, apostava em número ao redor de 47,53 milhões de toneladas. Em relação ao milho destinado à produção de etanol, o número ficou em 133,36 milhões de toneladas, contra 131,45 milhões de toneladas, projetadas no boletim de janeiro.

A produção brasileira de milho foi mantida em 75 milhões de toneladas. Já a produção da Argentina ficou dentro das perspectivas do mercado, em 23 milhões de toneladas do grão. 

"Temos estoques mundiais confortáveis para essa temporada, safra recorde nos EUA e no mundo e uma boa safra na América do Sul. Isso sem contar os bons excedentes de exportação da Ucrânia, Brasil e Argentina, que pesam sobre os preços", diz o consultor. 

Mercado interno

Apesar da forte alta do dólar observada nesta quarta-feira (11), as cotações do milho negociadas nos Portos brasileiros e no mercado interno tiveram um dia de estabilidade, conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. Apenas em Jataí (GO), o preço subiu 1,02%, com a saca negociada a R$ 20,83.

A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 2,8742 na venda, com ganho de 1,33%, se aproximando de R$ 2,90. De acordo com dados da agência Reuters, o patamar é o maior nível de fechamento desde 19 de outubro de 2004. Na máxima da sessão, o câmbio chegou a R$ 2,8834. 

BM&F Bovespa

As cotações do milho negociadas na BM&F Bovespa terminaram o pregão desta quarta-feira (11) em campo misto. A posição março/15 encerrou o dia com ligeira perda, de 0,17%, cotado a R$ 29,00 a saca. Já o vencimento setembro/15 subiu 1,02%, negociado a R$ 29,70 a saca. 

O câmbio continua como principal fator de sustentação aos preços do cereal, entretanto, as perdas registradas no mercado internacional, limitaram uma possível reação nas cotações. Nas últimas semanas, os preços voltaram a subir, impulsionados pela moeda norte-americana.

Em relação à produção brasileira, que deverá fazer parte do foco dos investidores, existem as perdas da safra de verão e as incertezas da safrinha. Nesta quarta-feira, a consultoria norte-americana Lanworth, projetou a produção de milho do país em 75,5 milhões de toneladas, uma redução de 1% em comparação com o boletim anterior.

O ajusta é decorrente do clima mais seco e quente observado ao longo do mês de janeiro em importantes regiões produtoras de Goiás e Minas Gerais. A região  Oeste da Bahia, também foi bastante afetada com o clima irregular e, com isso, a perspectiva é que as perdas nas lavouras de milho fiquem acima de 50% nesta safra.

"As lavouras do cereal foram as mais afetadas por conta do clima. Isso porque, as plantas estavam em fase de florescimento. Em alguns lugares teremos que avaliar a viabilidade da colheita", explica o engenheiro agrônomo, que atua na região, Armando Ayres de Araújo. 

Já o USDA indicou a produção do cereal brasileiro para essa temporada em 75 milhões de toneladas. Amanhã, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) deverá reportar o novo boletim de acompanhamento de safras.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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