Milho: Mercado amplia perdas nesta 5ª feira e março/15 chega a US$ 3,70 por bushel
No pregão desta quinta-feira (29), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) dão continuidade às perdas observadas no dia anterior. Por volta das 9h19 (horário de Brasília), as principais exibiam perdas entre 2,50 e 3,00 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,70 por bushel.
Os analistas destacam que, nesse momento mais fraco de notícias, o mercado do cereal tem operado de maneira mais técnica. E com o rompimento de importantes patamares de suporte, as cotações acabam registrando quedas mais fortes. No pregão anterior, os futuros da commodity perderam entre 7,75 e 8,25 pontos.
Nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta nova boletim de vendas para a exportação, importante indicativo da demanda.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Milho: Em movimento técnico, preços fecham sessão com perdas expressivas na CBOT
Na sessão desta quarta-feira (28), as principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) finalizaram o dia com perdas fortes. Os contratos da commodity exibiram quedas entre 7,75 e 8,25 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,73 por bushel, após ter encerrado o pregão anterior a US$ 3,81 por bushel.
Diante da falta de notícias, os preços têm caminhado de lado nos últimos dias. Entretanto, nesta quarta-feira, ao perder patamares importantes de suporte, as cotações exibiram um movimento mais expressivo de realização de lucros. "Normalmente, final de janeiro é um período mais fraco de notícias, o que deixa o mercado mais frágil. O mercado está pressionado e trabalhando mais na linha técnica nesse momento", afirma o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Além disso, o consultor também destaca como fator de pressão aos preços, a desvalorização nos futuros do trigo. As posições da commodity finalizaram a quarta-feira, com quedas entre 11,25 e 13,75 pontos no mercado internacional. Fator que contribuiu para influenciar negativamente as cotações do milho e da soja.
Paralelamente, as notícias de uma boa safra na Argentina também pesam nos preços e são observadas pelos participantes do mercado. A expectativa é que os produtores argentinos colham ao redor de 24 milhões a 26 milhões de toneladas de milho nesta safra. O número está acima da última projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), de 22 milhões de toneladas.
"Com isso, a expectativa é que o país tenha mais produto para exportar durante esse ano. O mercado também olha a safra do Brasil, mas,. por enquanto, temos uma produtividade favorável das lavouras da safra de verão. Porém, a safrinha de milho, o atraso no plantio devido às adversidades climáticas e a redução na área cultivada não são observadas pelos investidores", ressalta Brandalizze.
Do lado da demanda, o consultor ainda destaca a situação climática no Hemisfério Norte, com as nevascas. "Nesse momento, o fluxo de ração para o interior dos Estados Unidos está meio parado, o que também ajuda a pressionar o mercado", diz.
Contudo, Brandalizze acredita que os preços já estão dentro do limite de baixa. "E nos patamares de US$ 3,70, o mercado se torna comprador", sinaliza. Nesta quinta-feira, o USDA reporta novo boletim de vendas para exportação, importante indicativo da demanda.
BM&F Bovespa
Na BM&F Bovespa, as cotações do milho finalizaram o pregão desta quarta-feira (28) com ligeiras altas. As principais posições do cereal terminaram o dia com valorizações entre 0,04% e 0,07%. O contrato março/15 era cotado a R$ 27,70 a saca.
Ainda na visão do consultor de mercado, o mercado da BM&F está mais ligado ao mercado financeiro e a movimentação do dólar. Nesta quarta, a moeda norte-americana terminou o dia com ganho de 0,25% ante o real para R$ 2,5769. Os investidores observaram as declarações das autoridades do Federal Reserve (Fed), que é o banco central norte-americano.
O banco reportou que deverá continuar com a sua promessa de ser mais "paciente" na hora de elevar os juros no país. E também trouxe ainda uma melhor avaliação da economia e do mercado de trabalho norte-americano.
"Acredito que na BM&F, as cotações já estejam próximas do fundo do poço, dentro dos patamares de exportação. Por enquanto, o mercado está mais vinculado ao dólar e depois as notícias em relação à safra de verão, de redução já está consolidada. Mas, a partir de fevereiro, com o foco na safrinha, poderemos ter um fôlego no mercado, com o foco nos fundamentos", acredita o consultor.
Mercado interno
Nas principais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, a quarta-feira foi de estabilidade. No Porto de Paranaguá, os preços se mantiveram no patamar de R$ 27,50, para entrega em agosto de 2015. Em São Gabriel do Oeste (MS), o preço recuou 2,63%, com a saca do milho a R$ 18,50.