Milho: Em Chicago, preços testam recuperação e operam com leve alta na sessão desta 6ª feira

Publicado em 16/01/2015 08:15

Após três dias consecutivos em queda, as cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) tentam uma recuperação na manhã desta sexta-feira (16). Por volta das 8h59 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam ganhos entre 2,75 e 3,25 pontos. O contrato março/15 era cotado a US$ 3,83 por bushel.

Segundo informações do noticiário internacional, o mercado de cereal ainda sente os reflexos do etanol. Nesta quinta-feira, os futuros do etanol caíram novamente mantendo a pressão sobre o milho. Frente à grande produção e a queda nas cotações do petróleo, os preços do etanol são os mais baixos desde 2005, conforme dados do site Farm Futures.

E nem mesmo o anúncio da venda de 127 mil toneladas ao Japão, reportada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e os números das vendas para exportação que, ficaram em 818.800 mil toneladas até a semana encerrada no dia 8 de janeiro, conseguiram dar suporte aos preços.

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira: 

Milho: Na BM&F, preços sobem com suporte no câmbio e março/15 chega a R$ 29,60

A sessão desta quinta-feira (15) foi de recuperação aos preços do milho na Bolsa brasileira. Após dois dias de quedas, as principais posições do cereal exibiram valorizações entre 0,11% e 1,75%. A posição março/15 era negociada a R$ 29,60, com alta de 1,72%.

O mercado do cereal encontrou suporte na alta do câmbio observada nesta quinta-feira. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 2,6422 na venda, com ganho de 0,80, depois de chegar a R$ 2,5955 na mínima da sessão. Segundo dados da agência Reuters, os investidores acabaram retornando ao mercado para aproveitar a cotação mais baixa.

Os analistas destacam que, nesse momento, o dólar tem sido de extrema importância na composição dos preços do milho, uma vez que tem contribuído para sustentar os valores. Por outro lado, há as especulações em relação à safra brasileira. A primeira safra é estimada em torno de 29,640,8 milhões de toneladas, no entanto, alguns analistas destacam que o número pode ficar abaixo dos 27 milhões de toneladas.

Cenário que é reflexo da redução na área cultivada na safra de verão e também os problemas em relação ao clima. As chuvas estão irregulares em muitas regiões produtoras, especialmente em Goiás e Minas Gerais. Já no Rio Grande do Sul, a colheita do cereal já começou e a produtividade média gira em torno de 120 sacas por hectare em lavouras não irrigadas.

Para a safrinha, ainda há muitas incertezas, já que em função do atraso no plantio da soja, a janela ideal de cultivo do cereal está bem estreita. Em muitas localidades, os produtores já sinalizam a redução na área, mas também nos investimentos  para tentar equilibrar as contas.

Mercado interno

A alta do dólar, também influenciou positivamente os preços praticados nos portos brasileiros. Em Paranaguá, o valor subiu 2,96% nesta quinta-feira, com a saca negociada a R$ 27,80, para entrega em setembro de 2015. Em Jataí (GO), o dia também foi de valorização de 0,84% e saca era cotada a R$ 20,50.

Na região de Tangará da Serra (MT), o valor subiu 2,78%, com a saca a R$ 18,50. Na contramão desse cenário, em Londrina (PR) e São Gabriel do Oeste (MS), os valores também recuaram e finalizaram o dia a R$ 19,50 e R$ 20,50, respectivamente, nas demais praças o dia foi de estabilidade, conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas.

Bolsa de Chicago

Pelo terceiro dia consecutivo, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram a sessão em campo negativo. As principais posições da commodity finalizaram o pregão com desvalorizações entre 1,00 e 1,50 pontos. A posição março/15 era cotada a US$ 3,80 por bushel, depois de ter encerrado dia anterior a US$ 3,81 por bushel.

Ao longo desta quinta-feira (15), as cotações do cereal até esboçaram uma recuperação, porém, o movimento não foi sustentado e as cotações voltaram a cair. Na visão do consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo, destaca que o mercado está sentindo as informações vindas do lado etanol.

"Os estoques elevados de etanol a partir de milho nos EUA, com produção recorde. E agora temos a preocupação com competitividade do etanol com o petróleo. As estimativas para a próxima safra no país também acabaram pesando, apesar o recuo, a leitura do mercado é que a diminuição será menor do que o esperado", afirma Cogo.

De acordo com dados da Informa Economics, a área de milho na safra 2015/16 será de 35,73 milhões de hectares nos EUA. Em comparação com a estimativa anterior, o número representa um leve aumento, porém, o percentual é menor do que o cultivado na temporada anterior, de 36,67 milhões de hectares, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

Já as vendas para exportação ficaram em 818.800 mil toneladas até a semana encerrada no dia 8 de janeiro, segundo informações do órgão.O volume representa um crescimento expressivo em relação à semana anterior, na qual, as vendas ficaram em 387,6 mil toneladas. Porém, o número ainda está 10% abaixo da média das últimas quatro semanas.

O principal comprador do produto norte-americano nesse período foi o México, que adquiriu 190.300 mil toneladas. E no acumulado no ano safra, as vendas somam 28.160,9 milhões de toneladas. A estimativa do USDA para essa temporada é de 44.450,0 milhões de toneladas.

"Sempre que temos uma queda e os preços tocam nos níveis US$ 3,60 a US$ 3,80, temos a volta dos compradores no mercado e as exportações crescentes", explica o consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo. 

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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