Milho: Mercado dá continuidade ao movimento negativo e março/15 chega a US$ 3,81/bu
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) operam do lado negativo da tabela no início da sessão desta quarta-feira (14). Por volta das 9h29 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam perdas entre 4,25 e 4,75 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,81 por bushel.
O mercado do milho dá continuidade ao movimento de realização de lucros iniciado no dia anterior. Na terça-feira, os preços terminaram o pregão com quedas entre 15,50 e 17,00 pontos. Apesar do recuo indicado na produção norte-americana do grão para essa safra para 361,11 milhões de toneladas, segundo boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a produção ainda será grande, o que pesa sobre o mercado, conforme informações do noticiário internacional.
Ainda assim, alguns analistas destacam que os preços podem voltar a subir nas próximas sessões. "As cotações têm espaço para chegar ao nível dos US$ 4,30 por bushel e mais adiante buscar o patamar dos US$ 4,50 por bushel, especialmente, entre os meses de maio e junho", diz o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Milho: Em movimento técnico, mercado realiza lucros e fecha sessão com perdas de mais de 16 pts na CBOT
No pregão desta terça-feira (13), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram com quedas expressivas. Ao longo da sessão, as principais posições do cereal ampliaram as perdas e fecharam o dia com desvalorizações entre 15,50 e 17,00 pontos. Os dois primeiros contratos, março/15 e maio/15, perderam o patamar de suporte dos US$ 4,00 por bushel e encerraram cotados a US$ 3,85 e US$ 3,93 por bushel, respectivamente.
O consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, explica o mercado exibiu um movimento de técnico de realização de lucros, após os ganhos recentes. "Hoje, o mercado de milho perdeu patamares de suporte importantes e caiu mais do que deveria. No entanto, as cotações devem voltar a subir nos próximos dias e os preços retomarem o patamar dos US$ 4,00 por bushel", afirma.
Inclusive, as cotações têm espaço para chegar ao nível dos US$ 4,30 por bushel e mais adiante buscar o patamar dos US$ 4,50 por bushel, especialmente, entre os meses de maio e junho, conforme sinaliza o consultor de mercado. Ainda assim, a relação entre a oferta e a demanda mundial é confortável, com estoques de passagem elevados.
Já em relação à queda do petróleo, que recuou ao menor patamar nesta terça-feira desde março de 2009 e chegou a US$ 45,95 por barril, o consultor afirma que o cenário não afeta a demanda pelo etanol nos EUA.
"No país, o produto é um aditivo adicionado à gasolina. E, na maioria dos estados norte-americanos, o percentual de mistura é de 8%. "Então, já temos um consumo garantido de 55 bilhões de litros, mantido o consumo de gasolina no ano passado. E, com o petróleo mais barato, iremos precisar de mais gasolina e, consequentemente de mais etanol para chegar no percentual de mistura”, ressalta Brandalizze.
Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 105 mil toneladas de milho para destinos não revelados. A variável deu suporte aos preços do cereal ao longo da sessão, assim como, as projeções do boletim de oferta e demanda do órgão reduzindo a estimativa para a safra dos EUA de milho da temporada 2014/15, da produtividade das lavouras e também dos estoques finais, porém, o movimento não foi sustentado.
BM&F Bovespa
A terça-feira também foi de perda forte aos futuros do milho na Bolsa brasileira. As principais posições da commodity finalizaram o dia com quedas entre 0,97% e 3,18%. O contrato março/15 era cotado a R$ 29,80 a saca, após ter encerrado o dia anterior a R$ 30,78 a saca.
Ainda na visão do consultor de mercado, as cotações do cereal acompanharam a movimentação do dólar. A moeda norte-americana encerrou a terça-feira a R$ 2,6369 na venda, com queda de 1,17%. Na mínima da sessão, o câmbio chegou a tocar o nível de R$ 2,6278.
Segundo informações da agência Reuters, o movimento de queda é reflexo das declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reforçando a perspectiva de maior severidade na política fiscal durante 2015. "E essa situação também acabou coincidindo com a forte queda no mercado internacional, que pressionou as cotações na BM&F", acredita Brandalizze.
O dólar mais fraco também pressionou as cotações do milho nos portos brasileiros. Em Paranaguá, o valor recuou 5,00% e atingiu o patamar dos R$ 28,50 a saca, para entrega em agosto de 2015. Na região de Jataí (GO), o valor também recuou 9,00%, para R$ 20,93 a saca.
Em Tangará da Serra (MT), o valor caiu 2,70%, com a saca cotada a R$ 18,00. Na localidade de Ubiratã (PR), a cotação recuou 2,38% e a saca do cereal terminou o dia cotada a R$ 20,50. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, a terça-feira foi de estabilidade.
Além disso, o consultor ainda diz que 2015 será um ano apertado entre a oferta e a demanda no Brasil. “Lá na frente ninguém garante a safrinha, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima a safra de verão em 29 milhões de toneladas, isso não é a realidade dos campos, pois temos uma queda de mais de 25% na área e, mesmo que as condições climáticas forem boas, dificilmente iremos colher em torno de 26 milhões a 27 milhões de toneladas”, diz Brandalizze.
E as exportações permanecem aquecidas, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior, nos 6 primeiros dias úteis de janeiro, os embarques ficaram em 1,171 milhão de tonelada, com média diário de 195,2 mil toneladas. Em comparação com o mês anterior, o volume embarcado representa uma alta de 26,1%. Já em relação ao mesmo período do ano passado, no qual, foram exportadas 133,0 mil toneladas diárias, o avanço é de 46,8%.
“E os números dos estoques oficiais, entre 18 a 19 milhões de toneladas de milho, podem não condizer com a realidade. A Conab tem cerca de 1,6 milhões de toneladas e o restante ninguém sabe onde está. Então, vemos os grandes consumidores, avicultores, suinocultores e confinadores que já sentem dificuldades em comprar o milho em pleno momento de colheita no sul do país”, finaliza o consultor.