Milho: Mercado reverte ganhos e volta a operar em campo negativo na CBOT, março/15 é cotado a US$ 4,00/bu

Publicado em 13/01/2015 12:41

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho trabalham em campo negativo na sessão desta terça-feira (13). As cotações até esboçaram uma recuperação, porém, o movimento não foi sustentado. Por volta das 13h40 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam leves perdas entre 1,50 e 1,75 pontos. O vencimento março/15 era negociado a US$ 4,00 por bushel, depois de ter iniciado o dia a US$ 4,03 por bushel.

De acordo com informações das agências internacionais de notícias, o mercado do cereal ainda analisa os números do boletim de oferta e demanda reportado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), nesta segunda-feira (12). O órgão reduziu a projeção para safra do cereal norte-americano da temporada 2014/15, de 365,97 milhões para 361,11 milhões de toneladas. O rendimento médio da lavouras também caiu de 183,52 sacas  por hectare, para 180,97 sacas por hectare.

Por sua vez, os estoques finais nos EUA foram indicados em 47,68 milhões, contra 50,75 milhões de toneladas no boletim anterior. Apesar das reduções nos números, o departamento reportou o relatório com os estoques trimestrais de milho no país. Em contrapartida, o departamento aumentou o milho destinado à produção de etanol, de 130,82 milhões para 131,45 milhões de toneladas.

Para o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o USDA trouxe números mais realistas no caso do cereal. "A safra, apesar da redução, continua como uma grande produção e temos a produção do etanol a partir do milho, com um aumento", destaca.

Em relação ao etanol, o consultor explica que, nos Estados Unidos, o produto é um aditivo adicionado à gasolina. E, na maioria dos estados norte-americano, o percentual de mistura é de 8%. "Então, já temos um consumo garantido de 55 bilhões de litros, mantido o consumo de gasolina no ano passado. E, com o petróleo mais barato, iremos precisar de mais gasolina e, consequentemente de mais etanol para chegar no percentual de mistura", completa Brandalizze.

Contudo, a situação entre a oferta e demanda mundial é confortável, com estoques de passagem elevados, de acordo com o consultor. "O preço do cereal ainda deve trabalhar no intervalo de US$ 4,00 a US$ 4,50 por bushel, mas não temos nem espaço para recuar abaixo do patamar de suporte, nem fôlego para ultrapassar o nível de resistência", diz.

Ainda hoje, o USDA reportou a venda de 105 mil toneladas do grão para destinos desconhecidos. O volume deverá ser entregue na temporada 2014/15. 

BM&F

Na BM&F Bovespa, as posições futuras do milho operam em queda nesta terça-feira (13). Por volta das 12h03 (horário de Brasília), as posições da commodity exibiam desvalorizações entre 0,29% e 0,51%. A posição março/15 era negociada a R$ 30,69 a saca.

Os analistas explicam que, o mercado permanece acompanhando a movimentação do dólar, que hoje recua mais de 1% e é cotado a R$ 2,64 na venda. "Sabemos que por mais que haja uma pressão sazonal com a colheita da primeira safra, a safra de verão é menor do que a safrinha. E em alguns momentos, acabamos tendo um momento de escassez falta no mercado, com os produtores escalonando as vendas. A demanda interna será forte e ainda não temos a garantia da safrinha, a tendência é que o mercado permaneça suportado", ressalta o consultor de mercado da Cerealpar, Steve Cachia. 

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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