Milho: Após altas expressivas, mercado inicia pregão desta 6ª feira com leves quedas
Após registrar altas expressivas na sessão anterior, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam com leves perdas na manhã desta sexta-feira (14). Por volta das 9h01 (horário de Brasília), os principais contratos do cereal registravam perdas entre 2,50 e 2,75 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,83 por bushel.
Os preços da commodity têm subido desde a última segunda-feira e, aumentou as altas depois do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ter revisado para baixo a previsão para a produção do grão e os estoques nos EUA. No primeiro dia dessa semana, o contrato dezembro/14 era negociado a US$ 3,69 por bushel.
Além disso, as previsões climáticas apontando para a chegada do frio no país ainda contribuem para sustentar os preços. Por enquanto, a projeção é que uma massa de ar ártico derrube as temperaturas, que poderão ficar até 40 graus abaixo do registrado nessa época do ano.
A onda de frio deverá durar até a próxima semana, conforme informações das agências internacionais. E, consequentemente, os produtores terão que demandar mais milho e farelo de soja para a produção de ração e alimentação dos animais. Ainda hoje, o USDA deve reportar o novo boletim de vendas para exportação, importante indicador da demanda.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Em Paranaguá, preço sobe e alcança R$ 29,00 com alta do câmbio e no mercado internacional
A saca do milho negociada no Porto de Paranaguá subiu 3,57% e terminou a quinta-feira cotada a R$ 29,00, segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. A valorização é equivalente a R$ 1,00, já que no dia anterior, a saca era negociada a R$ 28,00 no porto. Ao longo dos negócios, o valor chegou a alcançar os R$ 28,20 a saca.
No mercado interno, as cotações também registraram altas. Em Tangará da Serra (MT), o valor da saca subiu para R$ 17,50, ganhos de 6,06%, já em Campo Novo do Parecis (MT), o preço aumentou para R$ 16,00, com valorização de 6,67. Em São Gabriel do Oeste (MS), a alta foi menor, de 0,51%, com a saca do cereal negociada a R$ 19,60, em Jataí (GO), o valor de fechamento ficou em R$ 22,00, com ganho de 3,53%.
As cotações têm sido alavancadas pelas recentes e expressivas altas registradas no câmbio. A moeda norte-americana terminou a quinta-feira com ganhos de 1,20% e negociada a R$ 2,59, porém, ao longo do dia atingiu o valor de R$ 2,60. A movimentação é reflexo das incertezas em relação a qual será o substituto do Ministério da Fazenda, posição ocupada atualmente por Guido Mantega, conforme informações reportadas pela agência Reuters.
Paralelo a esse cenário, os bons ganhos registrados no mercado internacional também contribuem para a firmeza nos preços do cereal no Brasil. Com isso, parte dos produtores que ainda seguram o produto aproveita para realizar alguns negócios. Em Primavera do Leste (MT), a saca chegou a ser negociada até a R$ 13,00, abaixo do preço mínimo. Entretanto, o valor subiu para R$ 19,00, o que tem estimulado alguns negócios.
Em contrapartida, a melhora nos preços tem possibilitado a evolução das exportações brasileiras. Entre janeiro e setembro, os produtores brasileiros embarcaram mais de 11 milhões de toneladas do cereal, somente em outubro, o número ficou em 3,18 milhões de toneladas. E na primeira semana de novembro, o volume exportado foi de 139,3 mil toneladas do grão.
BM&F Bovespa
As principais posições do milho na BM&F Bovespa terminaram a sessão desta quinta-feira com leves quedas. Durante os negócios, as principais posições do cereal reduziram as perdas, mas, ainda assim, encerraram do lado negativo da tabela. Apenas o contrato novembro/14 conseguiu sustentar os ganhos e fechou o pregão a R$ 28,25, com alta de 1,07%. Já o vencimento março/15 era negociado a R$ 32,17 a saca, com perda de 0,31%.
O mercado passou por um ajuste após os ganhos expressivos registrados recentemente. Apenas durante essa semana, o contrato março/15 acumula valorização de 5,13%. No vencimento janeiro/15, a alta é de 2,86%.
Apesar do quadro, permanecem no mercado às especulações em relação à safra brasileira. Por enquanto, o mercado observa a redução da área destinada ao cereal na primeira safra e também o atraso no cultivo da soja, que já reflete na janela ideal de plantio do milho segunda safra. E as perspectivas é que os produtores brasileiros colham menos do que o indicado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), entre 77 a 78 milhões de toneladas.
No Paraná, o recuo na área plantada na safra de verão supera os 15%, segundo o presidente da Aprosoja PR, José Eduardo Sismeiro. E com o atraso no plantio da soja, a janela ideal de cultivo para o milho 2ª safra fica cada dia mais estreita. O mesmo acontece em Rio Verde (GO), importante região produtora de grãos, segundo afirma o presidente da Comigo, Antônio Chavaglia.
Do mesmo modo no Mato Grosso, importante estado produtor de milho, a redução na área cultivada com o grão pode chegar a 40% no Leste do estado, de acordo com dados da Aprosoja MT. Já nas regiões Oeste e Sul, a expectativa é de recuo de 15% e no Norte o percentual pode alcançar 30%.
Bolsa de Chicago
Durante o pregão desta quinta-feira, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o dia com fortes ganhos. As principais posições da commodity encerraram o pregão com altas entre 7,50 e 8,50 pontos. O vencimento dezembro/14 chegou a US$ 3,86 por bushel, ganho de 2,3%, enquanto o julho/15 era cotado a US$ 4,14 por bushel.
De acordo com informações da agência internacional de notícias Bloomberg, o mercado terminou com valorização pelo 4º dia consecutivo. Cenário decorrente das especulações de que o clima frio nos Estados Unidos irá aumentar a demanda por ração animal, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela agência internacional de notícias Bloomberg. A previsão indica que uma massa de ar ártico as temperaturas ficarão até 40 graus abaixo do registrado nessa época do ano no país.
As previsões climáticas indicam que o frio deverá durar até a próxima semana. Com isso, os animais precisarão utilizar mais energia para se manterem aquecidos, o que levou os pecuaristas a aumentar os estoques de alimentação tipicamente feitas de milho e farelo de soja. "O inverno nos EUA é esperado para ser mais frio do que o normal e que podem aumentar a demanda", disse o gerente sênior de commodities da Phillip Futures Pte, Avtar Sandu, em entrevista à Bloomberg.
Inclusive, nesta quarta-feira, a agência Reuters divulgou que, a demanda aquecida, especialmente por ração animal deve ser um dos fatores de suporte aos preços do milho em 2015. Outro fator que também ajuda a sustentar o mercado é a produção de etanol nos EUA, que permanece aquecida.
Ainda segundo o site internacional Farm Futures, o mercado do cereal tem se valorizado desde segunda-feira. Isso porque, no início da semana o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduziu em 0,5%, a projeção para a safra de milho dos EUA, para 365,97 milhões de toneladas. Os estoques também foram reduzidos em 3,5% em relação ao relatório de outubro.