Milho: Em Chicago, mercado tem nova queda com expectativa de safra recorde nos EUA
Na sessão desta terça-feira (9), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) dão continuidade ao movimento de baixa. E, por volta das 12h11 (horário de Brasília), os principais contratos do cereal registravam perdas entre 2,75 e 4,25 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,44 por bushel, com queda de 4,00 pontos.
À medida que aumentam as expectativas de uma safra recorde nos Estados Unidos na temporada 2014/15, os preços da commodity recuam em Chicago. Na próxima quinta-feira (11), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) irá reportar novo boletim de oferta e demanda e a expectativa dos participantes do mercado é que o órgão revise para cima a projeção da safra norte-americana de milho.
"Os operadores estão esperando um relatório do USDA, que generosamente irá revisar as estimativas de produção para cima na quinta-feira", escreveu o conselheiro agrícola em entrevista à Bloomberg. "Além disso, as preocupações relacionadas às baixas temperaturas esperadas para o final da semana estão sumindo um pouco", completa.
De acordo com uma pesquisa realizada pela agência internacional de notícias Bloomberg com os investidores, a safra dos EUA poderá alcançar o recorde de 363 milhões de toneladas de milho. No último relatório, o USDA estimou a safra em 356,43 milhões de toneladas.
As perspectivas de safra cheia são decorrentes das condições climáticas, que permitem o bom desenvolvimento das lavouras nesta safra. Ainda ontem, o departamento norte-americano anunciou que, em torno de 74% das plantações do cereal exibem boas ou excelentes condições, mesmo índice obtido na semana anterior.
Em relação ao clima, a Bloomberg divulgou nesta terça-feira que, o risco de danos às culturas de clima gelado no final desta semana é muito baixo, conforme dados da Commodity Weather Group. Fator que também ajuda a exercer pressão negativa sobre os preços do milho.
Enquanto isso, a demanda, apesar de permanecer aquecida, é insuficiente para impulsionar as cotações do cereal no mercado internacional, segundo informações do site Farm Futures. Nesta segunda-feira, o USDA divulgou os embarques semanais em 1.197,385 milhão de toneladas de milho até a semana encerrada no dia 4 de setembro.
Mercado interno
Segundo informações reportadas pelo Cepea nesta terça-feira, os preços do milho no mercado interno voltaram a ficar pressionados. A situação é reflexo do excedente de produção no mercado doméstico e as recentes desvalorizações registradas no mercado internacional, que resultaram em recuo nos valores praticados nos Portos do país.
Por outro lado, nos cinco primeiros dias de setembro, as exportações brasileiras de milho totalizaram 340,5 mil toneladas, com média diária de 68,1 mil toneladas. A receita total foi de US$ 63,1 milhões, com média diária de US$ 12,6 milhões. Em comparação com o mês anterior, o volume embarcado representa uma queda de 41,8% e uma diminuição de 4,1% no preço médio.
Frente a esse quadro, o Cepea aponta que as primeiras estimativas para o plantio da safra 2014/15 já apontam uma redução na área destinada ao cereal na safra de verão.