Milho: Com expectativa de safra cheia nos EUA, mercado amplia perdas

Publicado em 08/08/2014 13:17

Ao longo das negociações do pregão desta sexta-feira (8), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram as perdas. Por volta das 12h13 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam quedas entre 4,00 e 4,75 pontos. O vencimento setembro/14 era cotado a US$ 3,55 por bushel.

O mercado recua, após o contrato dezembro/14 ter acumulado ganho de 1,9% durante a semana. Diante dos fundamentos negativos e já conhecidos pelos participantes do mercado, os preços não têm forças para exibir altas expressivas, conforme sinalizam os analistas de mercado.

Entretanto, com as cotações nos menores patamares dos últimos quatro anos, os investidores têm aproveitado para retornar à ponta compradora do mercado. Ainda assim, a safra norte-americana é projetada em 352,06 milhões de toneladas de milho, segundo estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Além disso, há especulações no mercado de que o USDA indique uma safra recorde para o país na próxima terça-feira (12), fator que contribui para o dom negativo aos preços. O órgão irá atualizar os números de oferta e demanda dos EUA e do mundo.

De acordo com analistas e traders consultados por agências internacionais, a safra norte-americana de milho poderá totalizar 361,69 milhões de toneladas na safra 2014/15, número acima da projeção do departamento. Já a produtividade é estimada em 179,92 sacas por hectare, na última previsão, o USDA reportou o número em 174,95 sacas por hectare.

A situação sé decorrente das previsões climáticas que permanecem favoráveis ao desenvolvimento da safra de milho. Após as preocupações recentes, as previsões indicavam chuvas para as regiões produtoras do grão no Meio-Oeste. 

Com isso, os analistas destacam que a tendência é que os preços trabalhem com volatilidade nos próximos pregões. Entretanto, caso haja a confirmação de uma safra recorde nos EUA, as cotações podem apresentar novas quedas. 

BMF&Bovespa

Na BMF&Bovespa, os futuros do milho operam em campo misto na sessão desta sexta-feira (8). Com influência do cenário internacional, o contrato novembro/14 era negociado a R$ 25,55 a saca, com desvalorização de 0,58%. Já no mercado físico, os preços apresentaram uma alta na última semana em algumas praças, mas, essa semana, operam próximas da estabilidade.

Apesar do anúncio da Portaria Interministerial número 798, publicada no Diário Oficial da União na última quarta-feira (6), que estabelece os parâmetros para os leilões de Pepro, os produtores ainda aguardam os editais. Nesta quinta-feira, a assessoria de imprensa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) informou que aguarda um comunicado oficial do Mapa para a elaboração dos editais.

Enquanto isso, em São Gabriel do Oeste (MS), os preços do milho ainda não exibiram nenhuma valorização expressiva. A saca é cotada a R$ 16,00, mas as negociações permanecem lentas. E, de acordo com informações da Cooperoeste, os produtores esperam uma alta nos preços, para R$ 17,00 a R$ 17,50, para retornarem aos negócios.

A situação também se repete em Rondonópolis (MT), não houve alteração no cenário e as cotações giram em torno de R$ 15,00 a saca. Segundo informações da Diversa Corretora, os agricultores esperam um preço de R$ 17,00 ou R$ 18,00, que cobrem os custos de produção, para voltar a comercializar o produto.

*As cotações apresentadas na homepage do Notícias Agrícolas estão desatualizadas, com horário de 12h13 (Brasília), por conta de uma falha técnica. Os reparos já estão sendo feitos e os valores serão atualizados a seguir.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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