Milho: Com foco no clima nos EUA, mercado fecha a semana com leves altas em Chicago

Publicado em 20/06/2014 17:25

Na Bolsa de Chicago (CBOT), as principais posições do milho terminaram o pregão desta sexta-feira (20) do lado positivo da tabela. Em uma sessão volátil, as cotações reverteram as perdas e encerraram o dia com ganhos entre 2,75 e 4,50 pontos. O vencimento julho/14 era negociado a US$ 4,53 por bushel.

Ao longo das negociações, os preços futuros do cereal deram continuidade ao movimento de alta iniciado no pregão anterior. Na quinta-feira, o vencimento dezembro encerrou a sessão com valorização de 1,8%, maior alta desde o dia 6 de junho. Segundo informações de agências internacionais, as especulações em relação ao clima nos EUA, com previsões de chuvas que poderiam comprometer o rendimento das culturas no país deram suporte aos preços.

Em partes de Iowa, Nebraska, Dakota do Sul e Minnesota, há previsões de chuvas, que se confirmadas, poderão até mesmo inundar alguns campos. De acordo com agência internacional de notícias Bloomberg, as precipitações previstas para os próximos quatro dias, deverá aumentar a área que enfrenta clima adverso no país.

Segundo a analista de mercado da Labhoro Corretora de Mercadorias, Andrea Sousa Cordeiro, algumas áreas de milho terão que ser replantadas devido às chuvas e com janela ideal de plantio encerrada para o cereal, serão destinadas para o cultivo da oleaginosa. Até o momento, o clima tem sido favorável ao desenvolvimento da safra 2014/15 norte-americana, bem próximo do ideal. 

Conforme o último boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgado na segunda-feira, cerca de 76% das plantações estão em boas ou excelentes condições, melhor índice desde 1994. Para essa safra, a expectativa é que o país colha 353,97 milhões de toneladas de milho. Já a produtividade está estimada em 174,95 sacas por hectare, entretanto, com o clima favorável, a expectativa dos participantes do mercado é que o órgão reporte um aumento na estimativa nos próximos relatórios. 

Preços baixos

Outro fator que também contribuiu para as altas registradas nesta sexta-feira foi a retenção do produto por parte dos produtores norte-americanos. “Nesses valores, o agricultor não vende o milho, o que ajudou na correção registrada nos preços”, afirma Andrea. Os preços estão mais baixos do que os custos de produção, segundo diz o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

Além disso, a demanda, especialmente para o setor de rações e etanol, acaba ficando mais aquecida com as cotações mais baixas. O seite internacional Agweb, informou nesta quinta-feira, que a produção de etanol de milho apresentou um crescimento na semana anterior, para 972 mil barris por dia. Com isso, o preço do etanol recuou para o menor patamar das últimas seis semanas. 

Na contramão desse cenário, as exportações de milho dos EUA referentes à safra 2013/14 somaram 109 mil toneladas até a semana encerrada no dia 12 de junho. Na última semana, o volume reportado foi de 409,7 mil toneladas, conforme as informações divulgadas pelo USDA. As vendas da safra nova ficaram em 78,9 mil toneladas, número abaixo do registrado na semana anterior, de 105,5 mil toneladas. 

A estimativa do USDA para as exportações de milho para a safra 2013/14 é de 48.260,0 milhões de toneladas e, até o momento, já foram contabilizadas 46.666,8 milhões de toneladas. 

BMF&Bovespa

Na BMF&Bovespa, as cotações acompanham o movimento de alta de Chicago e trabalham do lado positivo da tabela nesta sexta-feira, após o feriado de Corpus Christi. O contrato julho/14 era cotado a R$ 25,29 por saca, valorização de 0,80%. Nas últimas semanas, as cotações têm sido pressionadas pela queda nas cotações no mercado internacional e o dólar mais fraco. 

As exportações brasileiras também seguem em ritmo lento, a perspectiva é que ganhem velocidade a partir do segundo semestre. Até a segunda semana de junho, a quantidade exportada pelo país chegou a 32,2 mil toneladas, com média diária de 3,2 mil toneladas. Entre os meses de maio e junho, houve uma queda de 46,6% no volume exportado, já em relação ao mesmo período do ano passado, o recuo é de 76,7%.

O início da colheita da segunda safra no Brasil também ajuda a pressionar os preços, principalmente no mercado interno. As negociações ainda seguem lentas no mercado brasileiro, já que, de um lado os produtores, que estiverem capitalizados, deverão segurar o produto e de outro lado, os compradores adquirem o produto da mão pra boca.

Ainda assim, os analistas destacam que os produtores rurais poderão ter melhores oportunidades de negócios após a pressão da colheita e com o aquecimento das exportações.

Argentina

Na Argentina, a colheita do milho alcançou 49% da área cultivada nesta safra, de 5,905 milhões de hectares na safra 2013/14. Ainda assim, a colheita está mais lenta em relação ao mesmo período do ano passado, quando cerca de 85% da área já havia sido colhida, segundo informações do Minagri (Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca do País). 

Cerca de 97% das lavouras estão em fase de maturação e 75% apresentam boas condições de desenvolvimento. Entretanto, ainda há preocupação com o elevado teor de umidade dos grãos, até o momento. A expectativa é que a produção do país totalize 32,1 milhões de toneladas na safra 2013/14, mesmo volume da safra anterior.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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