Milho: Preocupação com o clima nos EUA impulsiona preços em Chicago
As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram a sessão desta terça-feira (18) do lado positivo da tabela. Durante as negociações, os vencimentos da commodity ampliaram as altas e fecharam o dia com ganhos entre 6,25 e 7,25 pontos. No pregão de hoje, os vencimentos do cereal registraram valorização de 1,5%.
As previsões climáticas indicando frio para algumas regiões produtoras nos Estados Unidos deram suporte às cotações em Chicago. Segundo o analista de mercado da Agrogt Corretora de Cereais, Gilberto Messias Toniolo, os investidores já começam a especular sobre um possível atraso no plantio do milho norte-americano.
Além disso, o mercado internacional de grãos aguarda o primeiro relatório de intenção de plantio no país, que será divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no dia 31 de março. A expectativa do mercado é que haja uma redução na área cultivada com o milho na próxima safra norte-americana.
“Até o anúncio do boletim do departamento, teremos fundos entrando e saindo do mercado. O relatório servirá para o mercado tomar um rumo e nortear os preços futuros do cereal”, explica Toniolo.
Paralelo a esse cenário, apesar da crise política e econômica na Ucrânia, os embarques de milho do país não foram afetados. Na última semana, as exportações ucranianas totalizaram 700 mil toneladas, maior volume desde o início da temporada.
A Ucrânia é o terceiro maior exportador global de milho e, esse ano, os embarques deverão somar 18,5 milhões de toneladas, cerca de 16% de todo o cereal consumido no mundo. Até o momento, desde o início do ano comercial, as exportações são de 15,84 milhões de toneladas, conforme informou o Ministério de Agricultura do país.
BMF&Bovespa
Ainda na visão do analista, o cenário mundial do mercado de milho também influencia os preços interno. Nesta terça-feira, a saca do cereal para setembro foi negociada a R$ 31,50, entretanto, não havia vendedores. Na BMF&Bovespa, as principais posições registram mais um dia positivo com leves valorizações de 0,33%.
De acordo com o analista de mercado, Carlos Cogo, o mercado tem encontrado suporte em duas variáveis, a quebra na safra de verão de milho e o stress em relação à segunda safra brasileira. Em torno de 20% da safrinha do grão foi cultivado fora da janela ideal de plantio.
“Podemos esperar um preço médio em 2014, maior do que tivemos em 2013. Mas, nesse momento, o potencial de alta começa a perder fôlego. O mercado começa a se acomodar e depois irá observar a evolução da segunda safra”, diz Cogo.