A mentira do buraco antropogênico de ozônio

Publicado em 22/07/2011 11:12 e atualizado em 09/03/2020 05:09
O gás carbônico (CO2) “vilão” do século 21 e responsável pelo aquecimento global seria na verdade o gás da vida. Essa é a teoria defendida pelo climatologista Luís Carlos Molion, físico com pós-doutorado na Inglaterra, mais de 40 anos de experiência em estudos do clima no planeta, sendo 25 destes à frente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e, Representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

De acordo com Molion, a emissão de CO2 pelo homem é irrisória frente à quantidade lançada pela natureza na atmosfera.   “Os fluxos naturais – oceanos, solo, vegetação – lançam 200 bilhões de toneladas de CO2 anuais na atmosfera e a atividade humana libera 6 bilhões de toneladas. Sua tese é fundamentada no princípio de que a Terra tem um ciclo natural de aquecimento e resfriamento que dura em média 60 anos. “As variações são repetitivas e não cíclicas. Há um período em que o sol passa da atividade máxima para a mínima”, garante.

Para o pesquisador, entre 1940 e 1960 a Terra passou por um período de grande atividade solar e agora o Sol começa a se dirigir para o novo mínimo que vai ocorrer entre 2020 e 2032, seguindo o ciclo solar de 90-100 anos. “Depois de 1960 já era prevista uma redução de O3, uma vez que para o aumento da camada de ozônio é necessário radiação ultravioleta do sol (UV). É obvio que depois de um máximo vem um mínimo. Então, os países desenvolvidos, e que dominam o comércio global, usaram esse conhecimento científico, que não é de domínio dos formuladores de políticas públicas, para explorar os países pobres, notadamente os tropicais,  que precisam de refrigeração a baixo custo, eliminando os CFC”. 

De acordo com Molion, o crime que eles cometeram é que se tornaram de domínio público e não pagavam mais direitos de propriedades. “O oligopólio que detém as patentes dos substitutos dos CFC é composto pela Allied Chemical Corp (USA), Du Pont (Canadá), Imperial Chemical Ind (ICI, Inglaterra), Atochem (Grupo ELF, França) e Hoechst (Alemanha), todas elas pagam impostos sobre os lucros em seus países de origem. Na década de 1990 o quilo do CFC custava US$1,70 e hoje os substitutos podem custar mais de US$35,00 para o consumidor final”, explica.
A hipótese do Professor surgiu na década de 1970 quando ele observou que as moléculas de CFC são de cinco a sete vezes mais pesadas que o ar e precisariam ser levados até 40-50 km de altitude na estratosfera, onde ocorre a reação de formação do ozônio. “As medições feitas pela Nasa com aviões voando na baixa estratosfera não detectaram sequer uma molécula de O3 nessa região. Como iriam chegar a 50Km de altitude?”, explica Molion.

A Organização Mundial de Saúde adota o limite de 50 partes por bilhão por volume (ppbv) para o O3, ou seja, 100 microgramas por metro cúbico (para o O3, 1ppbv =2 microgramas por m3). Já, a Agência de Proteção Ambiental americana adota 75ppbv para um tempo de exposição de 8 horas.

“Devido a seu alto poder oxidante, o O3 reage praticamente com todos outros gases. Nos ambientes poluídos por gases do escapamento dos veículos nas grandes cidades, o O3 reage com nitrogênio, de fato formando NOx que é nocivo à saúde. Grandes cidades, como São Paulo e Belo Horizonte, especialmente no inverno e com pouca ventilação, podem apresentar concentrações superiores a 200 microgramas por m3. Na Floresta Amazônica, durante os experimentos de 1985 e 1987, medimos concentrações naturais de até 40 ppbv durante o dia, caindo para menos de 10ppbv à noite. No período seco, agosto-setembro, durante as queimadas no Centro Oeste, já foram medidas concentrações superiores a 80 ppbv. Portanto, vê-se que não é só nas grandes cidades que o problema existe”, afirma.

Assim, o aquecimento seria local e não global, como muitos defendem. Isso devido à urbanização das cidades e a formação das chamadas ilhas de calor que tornam as temperaturas do ar de 3°C a 5°C maior nos grandes centros urbanos quando comparadas às de suas redondezas. “Com a mudança da cobertura superficial, de campos com vegetação para asfalto e concreto, a evapo-transpiração é reduzida e sobra mais calor para aquecer o ar próximo da superfície, aumentando sua temperatura”, explica o metereologista.

No entanto, segundo Molion, é importante reduzir a poluição para que as pessoas tenham uma melhor qualidade de vida. “Sou a favor de uma boa rede de transporte público nas grandes cidades, uma boa rede de metro complementada com trólebus. Aqui no Brasil, funcionaria, porque a maior parte de nossa eletricidade provém de uma das formas mais limpas e mais ambientalmente amigáveis que existe, a hidroeletricidade. Nessa forma, o “combustível” é água e o “fornecedor” é o ciclo hidrológico. Como não falta água nos mares e calor do Sol, o ciclo hidrológico não vai acabar”.

Molion ainda alerta para a substituição dos HFC. “Já começaram a dizer que os substitutos dos CFC, os HFC, também destroem o O3 e que serão necessários novos gases, os substitutos dos substitutos. Isso porque os  HFC têm suas patentes vencendo nos próximos cinco anos e, é claro, os países industrializados não podem viver sem explorar os outros, já que eles não possuem nem recursos energéticos nem naturais. O ozônio voltará aos níveis máximos entre 2050 e 2060, quando ocorrer o novo máximo solar. E aí a “recuperação” da camada de ozônio será mérito dos substitutos dos substitutos, mas a desigualdade social será maior num mundo com uma camada de ozônio restabelecida”, conclui o cientista.

Com informações da Tribuna Livre e professor Fendel.

Fonte: Notícias Agrícolas

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