Produtores de cana debatem a reforma do Código Florestal

Publicado em 20/02/2011 16:53
por Rogério Mian

Produtores rurais tiveram uma aula na manhã dequinta-feira (17) sobre a reforma do Código Florestal. A palestra ocorreu durante 11º Encontro Anual da Orplana - Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil, em parceria com a APCA - Associação dos Plantadores de Cana de Araçatuba, que ocorreu durante os eventos da 9ª edição da Feicana FeiBio 2011 - Feira de Negócios do Setor de Energia.

O palestrante do evento, o professor de direito Luís Carlos Moraes, autor dos livros "Código Florestal Comentado", "Curso de Direito Ambiental" e "Multa Ambiental", participou ativamente da elaboração do parecer do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ao projeto de lei de reforma do Código Florestal Brasileiro, cujo Congresso Nacional deve votar nas próximas semanas.

Durante o encontro, o professor Moraes iniciou mexendo com o brio dos produtores rurais, ao cumprimentá-los com um sonoro "bom dia bandidagem", numa alusão ao "adjetivo" que os produtores rurais estão sendo nominados por boa parte da sociedade e dos ambientalistas, quando o assunto é código florestal.

Segundo Luís Carlos Moraes, o objetivo foi iniciar realmente cutucando a ferida, uma vez que muitos produtores acabam se calando sobre o tema, quer por falta de conhecimento e argumentação contrária, quer por medo de represálias. "Foi bom para que todos pudessem melhorar sua auto-estima e, à partir de hoje, fossem porta-vozes na defesa do parecer de Aldo Rebelo, que defende não a classe produtora, mas o brasileiro como um todo", argumentou um produtor de cana que preferiu não se identificar.

Em suas argumentações, o professor Moraes demonstrou o quanto uma reforma mal feita do Código Florestal Brasileiro poderia trazer de prejuízos irreparáveis para a sociedade como um todo.

Na abertura da Feicana FeiBio 2011, o ministro da Agricultura Wagner Rossi já havia pedido a todos os participantes do evento, sobre a importância da agricultura no contexto nacional. "Estamos falando de um setor responsável por 27% do PIB nacional, e que deve ter o respeito que merece. A questão da reforma do código não pode ficar a mercê de ambientalistas fundamentalistas", se exaltou o ministro na ocasião, arrancando aplausos de pé da platéia.

Moraes defendeu que os produtores se unam e cobrem de seus representantes legais (deputados e senadores), uma postura veemente a favor do Brasil, e não uma votação influenciada por ambientalistas em cujos países de origem já não há o que desmatar.

Na conclusão de sua exposição, Moraes destacou que "área agrícola consolidada não é favor ao produtor rural, mas necessidade pública",demonstrando com gráficos e números a catástrofe social caso a reforma do Código seja aprovada com a exigência de reparação de áreas já desmatadas à décadas e décadas. "Os produtores devem se unir, e juntos mostrar que não são bandidos, mas sim, que sustentam, com seu suor e esforços, o desenvolvimento desse país", concluiu.


  28/01 - Feicana FeiBio Araçatuba representa dinâmica do setor
Fonte: Agência UDOP de Notícias

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Setor agrícola pode contribuir para o mercado de ativos ambientais, dizem debatedores
Expocacer é a primeira cooperativa de café do Brasil a conquistar o Selo Ouro de inventário de carbono
Marco Legal do Hidrogênio é importante para destravar investimentos, mas precisará ser aperfeiçoado pela ANP, diz especialista
Ibracon promove ESG Double Week entre 26/08 e 05/09
Câmara aprova Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono
Mercado voluntário de carbono no Brasil foi 10 vezes menor no ano passado ante 2021, segundo Observatório de Bioeconomia da FGV