MPF recomenda suspensão de derrocagem em Paranaguá enquanto investiga morte de mergulhador
Por Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) - O Ministério Público Federal recomendou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) suspenda a autorização para derrocagem na Baía de Paranaguá enquanto investiga a morte de um mergulhador envolvido nos trabalhos, segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira.
Os procuradores pedem ao Ibama que suspenda imediatamente a licença concedida para o trabalho de explosão das rochas com base no "possível descumprimento de regras básicas de segurança de pessoas, em especial, funcionários que trabalham no local", bem como na potencial contaminação do meio ambiente e nas ameaças à vida marinha local.
O Ibama não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A suspensão do trabalho de derrocagem deve atrasar a conclusão do projeto iniciado em 2021 para aprofundar o calado do porto. A Portos do Paraná, empresa pública que administra o área, disse que o aumento da profundidade melhoraria a navegabilidade e a segurança dos navios.
A Portos do Paraná e a TCP, empresa privada que administra o terminal de contêineres em Paranaguá, afirmaram em comunicados separados que estão cooperando com as autoridades responsáveis pela investigação, sem dar mais detalhes.
A TCP, que faz parte do China Merchants Port Group, é o maior terminal de contêineres da América do Sul.
Localizado perto de regiões agrícolas e industrializadas no sul do Brasil, Paranaguá é um dos portos mais movimentados do país, juntamente com Santos, no Estado de São Paulo.
No ano passado, comerciantes globais de grãos embarcaram 14,6 milhões de toneladas de soja e 4,1 milhões de toneladas de milho de Paranaguá, de acordo com dados de transporte marítimo.
O projeto de derrocagem foi orçado em 23 milhões de reais.