O transporte rodoviário de cargas no Brasil tem 45% de demanda, diz pesquisa
O setor de transporte rodoviário de cargas do Brasil registrou na última semana uma queda de 45%, quando comparado com o movimento executado antes das medidas de isolamento contra o coronavírus, segundo pesquisa da associação de empresas NTC & Logística, divulgada nesta quarta-feira.
Até uma semana passada, a mesma pesquisa indica uma redução de 43,9% na demada por transporte rodoviário de cargas.
Desde que uma pesquisa da associação começou a ser realizada, em meados de março, ou o índice é calculado. Na primeira sondagem, houve uma redução de 26,1%.
"Não conseguiu prever até quando continuar essa crise. Temos acompanhado e passado como informações para órgãos administrados para que eles fiquem dentro de como empresas de transporte de cargas estão sendo atingidas ...", disse o presidente da NTC & Logística, Francisco Pelucio, em nota.
O levantamento, realizado com mais de 50 entidades parceiras do NTC, com o apoio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mostrou ainda o percentual de empresas que tiveram uma probabilidade significativa de faturamento de 66% na primeira semana de acompanhamento para 89 %
Diante das medidas de restrição que afetam o consumo geral da população com o fechamento de serviços não essenciais, o transporte de cargas vem sofrendo como conseqüências, destacou o NTC em nota.
Para cargas fracionadas únicas, aquelas que diminuem volumes, chegou a 47,58% (ante 46,28% na pesquisa da semana passada) - o número corresponde a entregas para pessoas físicas, distribuidores, lojas de rua e lojas , além de supermercados e outros itens.
Já para cargas ou fechaduras, que ocupam toda a capacidade dos veículos e são usados nos suprimentos industriais e não são aplicados em safras, uma pesquisa mostrou diminuição de 43,34% (versus 41,8% na pesquisa anterior).
Ainda de acordo com uma sondagem, a demanda por transporte do segmento agronegócio teve queda de 33,7%, ante baixa de 23,5% na pesquisa anterior.
Para aliviar os problemas do setor, uma associação reivindicou abertura de crédito para capital de giro com prazos maiores, suspensão de impostos e contribuições e suspensão dos vencimentos de financiamentos junto ao BNDES enquanto durava ou o estado de calamidade.
"Desde o início, assumindo o compromisso de não parar de abastecer as cidades e cumprindo, fazendo nossa parte, uma vez que fomos reconhecidos pelo decreto como atividade essencial", destacou Pelucio.