Caminhoneiros fazem protestos em rodovias de MT pelo 4º dia consecutivo

Publicado em 16/01/2017 08:08

SÃO PAULO (Reuters) - Caminhoneiros bloqueiam uma das faixas das pistas duplicadas em quatro pontos ao sul de Mato Grosso, informou nesta segunda-feira a concessionária Rota do Oeste.

É o quarto dia consecutivo de manifestações de caminhoneiros, que reclamam dos baixos preços pagos pelos fretes. [nL1N1F31MA]

Segundo a empresa, a BR-163, na saída de Rondonópolis para Mato Grosso do Sul, está bloqueada em uma faixa de cada sentido da pista duplicada.

Na BR-364, saída de Rondonópolis para Cuiabá, foi bloqueada uma faixa da pista duplicada em três pontos diferentes.

A manifestação ocorre no momento de aceleração da colheita e do escoamento de uma safra recorde de soja no Estado.

(Por Gustavo Bonato)

Protesto de caminhoneiros afeta escoamento da safra de soja de Mato Grosso

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - Protestos de caminhoneiros iniciados na sexta-feira afetam o tráfego de caminhões graneleiros em importante região do agronegócio de Mato Grosso, maior produtor de grãos do Brasil, justamente no começo do escoamento de uma supersafra de soja, cuja colheita está apenas começando.

Os manifestantes, que querem obrigar os contratantes de frete a pagarem mais pelo transporte de grãos, impediram a passagem de mais de mil caminhões graneleiros na BR-364, disse à Reuters um dos líderes do Movimento dos Transportadores a Granel, o empresário do setor Gilson Baitaca.

Os bloqueios, que visam apenas veículos carregando produtos agrícolas como soja, milho, farelo e óleo de soja, em Rondonópolis (MT), ocorrem em dois pontos da BR-364, informou a Polícia Rodoviária Federal.

"O contratante estabelece um valor de frete sem negociar, tem caminhão sobrando, então a única forma é fazer essas manifestações", afirmou Baitaca, dizendo que o movimento espera negociar com os contratantes de frete a partir de segunda-feira.

A Abiove, associação que representa as grandes indústrias e tradings multinacionais de soja com atuação Brasil, como ADM e Bunge, afirmou por meio de sua assessoria de imprensas que não vai se manifestar nesta sexta-feira.

A região de Rondonópolis, no sudeste de Mato Grosso, é um importante polo logístico, abrigando um grande terminal ferroviário da Rumo Logística, que liga o Centro-Oeste ao Porto de Santos. Muitos caminhões chegam de diversas regiões do Estado para transbordar o produto no local.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, um dos pontos de manifestação na BR-364 fica perto da junção com a BR-163, rodovia que corta o Estado e é importantíssima para o transporte de produtos agrícolas.

Não foi possível confirmar o número de veículos parados pelo protesto citado pelo líder do movimento.

Mas, segundo a polícia, que confirmou a manifestação, o fluxo diário de caminhões de todos os tipos pela BR-364 é de 5 mil veículos, sendo que 70 por cento deles são do setor de grãos.

Neste momento em que a colheita de soja está começando, o transporte da oleaginosa e seus produtos domina o fluxo.

O movimento, caso se prolongue, tem potencial de afetar mercados internacionais, uma vez que a expectativa é de um volume recorde de exportações para janeiro, com o clima colaborando para uma colheita mais precoce este ano.

O Brasil é o maior exportador global de soja em grão.

A consultoria AgRural estimou nesta sexta-feira que o Mato Grosso já havia colhido 4 por cento de sua área de soja até quinta-feira, percentual que representa cerca de 1,2 milhão de toneladas, no maior volume já registrado para a colheita nesta época no Estado.

FALÊNCIA VERSUS FARTURA

"É uma supersafra, plantio favorável, safra cheia, superando expectativa... Enquanto uns comemoram a colheita, outros choram a falência, enquanto agricultor comemora a fartura, a transportadora lamenta a falência", disse Baitaca, acrescentando que movimento deve expandir para outras áreas do Estado nos próximos dias.

Ele disse que a expectativa é bloquear nos próximos dias rodovias nas regiões de Sinop e Comodoro, por onde é escoada a soja que será exportada pelo Norte do país.

O objetivo, disse ele, é bloquear o fluxo de caminhões em outros Estados caso os contratantes não negociem o preço do frete.

"Estamos abertos ao diálogo, houve sondagem (com os contratantes), mas não houve conversa oficial. Acredito que na segunda-feira consigamos fazer acordo", disse Baitaca, lembrando que, com o aumento da oferta de caminhões, o setor vem enfrentando prejuízos há três anos pelo baixo preço do frete.

O movimento, segundo o líder, reúne motoristas autônomos e empresas.

(Por Roberto Samora)

Fonte: Reuters

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