Embrapa inaugura ponte entre startups e gigantes do mercado
A Embrapa Gado de Leite e parceiros da iniciativa privada estão se preparando para lançar no dia 27 de agosto, às 10h, o Silo - Inovação Aberta, um hub que pretende inaugurar uma nova fronteira na pesquisa científica da cadeia produtiva leiteira. O evento, que contará com transmissão ao vivo pelo canal oficial da Embrapa no Youtube, terá como foco o lançamento do projeto e também de uma série de inovações implementadas no Campo Experimental de Coronel Pacheco.
O Silo é fruto de uma parceria público-privada entre Embrapa e algumas gigantes do mercado como Microsoft, TIM Brasil, Nestlé do Brasil, Belgo Bekaert, IS Brasil, além da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a aceleradora corporativa Neo Ventures. Sua criação se pauta na busca por soluções para o agronegócio brasileiro, por meio de Inovação Aberta, reunindo competências colaborativas de empresas e instituições, para gerar impacto zero em termos de emissão de gases do efeito estufa, para reduzir as desigualdades sociais em todas as suas dimensões e para assegurar ganhos econômicos aos stakeholders envolvidos com a produção de alimentos, energia e fibras.
“Nenhuma grande empresa faz inovação hoje em dia. Uma grande empresa tem tantos controles que ela mata a inovação. Por isso, ela tem que contratar jovens que pensam fora da caixa”, explica o chefe geral da Embrapa, Paulo Martins. O hub de inovação permitirá a conexão de startups com empresas líderes de tecnologia da informação e comunicação, uma aceleradora, agentes do agronegócio, investidores e todo o corpo técnico da Embrapa Gado de Leite, além das melhores universidades brasileiras.
“Um dos exemplos de aplicabilidade do Silo é o da Nestlé do Brasil. A organização tem o compromisso global de neutralizar as emissões de carbono de suas operações até 2050. Como a Nestlé vai levar seus produtos para a casa das pessoas emitindo carbono zero? As startups estão aí para encontrar essas soluções e o Silo é a grande ponte entre as partes”, esclarece Paulo do Carmo Martins.
Como vai funcionar?
O primeiro passo do processo é o challenge, seguido de um workshop para levantamento de desafios e dores internas da empresa, evoluindo para a etapa de categorização e priorização das situações levantadas. A partir dessas informações, é realizada uma chamada pública para a apresentação de rotas de solução para os desafios propostos, seguida de um hunting feito com base no banco de dados da Neo Ventures.
É feita então uma triagem buscando as três melhores rotas de soluções apresentadas e, posteriormente, um bootcamp, para o refinamento da solução entre a startup e a empresa. Na sequência, é desenvolvida uma POC (Prova de Conceito) para verificação da viabilidade da solução. Em caso de validação, o negócio é fechado entre a startup e a empresa demandante. Neste ponto do projeto, existem possibilidades de compartilhamento de resultados durante a trajetória de desenvolvimento e da comercialização com as empresas participantes da iniciativa (Roadshow).
Na reta final, são executadas as etapas de aceleração, com indicação de startups para o programa de aceleração do Silo, e de mentorias com a participação ativa no processo de desenvolvimento das startups indicadas. Fecham a cadeia do programa de inovação às etapas de investimento, na qual é possível aplicar recursos nas startups, e a da colheita dos resultados e soluções desenvolvidas.
Fazenda 4.0
Além da inauguração do Silo, localizado na sede da Embrapa Gado de Leite em Juiz de Fora em uma unidade com 1.400 m² de área, também ocorrerá o lançamento de uma série de inovações tecnológicas instaladas no Campo Experimental de Coronel Pacheco. As instalações compõem conceitualmente a “Fazenda 4.0” - derivado de Indústria 4.0 - que permitirão ao complexo abrigar os instrumentos necessários para os trabalhos de pesquisa do hub.
Entre as novidades estão as quatro infovias de cabos de fibra ótica, que cortam todo o Campo Experimental, em um total de 9 km, cujos sinais difundem nas áreas de experimentos por meio de antenas de wireless. Sob a ótica da internet das Coisas (IoT), o projeto eleva a pesquisa para uma outra dimensão ao tornar digitais os projetos de pesquisa relacionados à forrageiras e aos plantios de grãos, além de possibilitar a expansão dos experimentos com máquinas, animais no campo e a interação destes com as plantas.
Outros dois lançamentos agendados para o dia são o das placas fotovoltaicas, que alimentarão o primeiro e único Compost Barn instalado em ambiente de pesquisa do país, e a primeira cerca de Biosseguridade em produção de leite, fixada no entorno do composto.