Projeto Agro.BR apresenta oportunidades para o setor lácteo brasileiro nos Estados Unidos

Publicado em 22/03/2021 12:30

Para discutir as oportunidades para o setor lácteo brasileiro nos Estados Unidos, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu, na sexta (19), um seminário virtual do Projeto Agro.BR.

O webinar contou com o apoio da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos) e a participação do adido agrícola do Brasil em Washington, Filipe Lopes.

Na abertura do encontro, a coordenadora de Promoção Comercial da CNA, Camila Sande, afirmou que o Brasil é o terceiro maior produtor de lácteos do mundo, com aproximadamente 36 bilhões de litros de leite produzidos em 2020. Segundo ela, o consumo anual por habitante é de 173 litros de leite. Nos Estados Unidos, esse consumo chega a 296 litros por habitante ao ano.

“Os EUA é um mercado com muito potencial e certamente tem espaço para os produtos lácteos brasileiros. A ideia do seminário foi discutir como podemos qualificar a presença dos produtores brasileiros nesse mercado”, disse Camila.

O adido agrícola em Washington, Filipe Lopes, foi o convidado para falar sobre as principais características comerciais do país americano e as oportunidades para o setor de lácteos. “Os EUA são uma sociedade de consumo avançada e possuem um mercado bastante desenvolvido, voltado para produtos de consumo direto”.

De acordo com Lopes, a projeção da produção total de leite dos Estados Unidos para 2021 é de 103,1 milhões de toneladas, um aumento de 1,8% quando comparado a 2020. Com relação ao perfil de importação americana, o adido informou que o país importa US$ 103 bilhões em produtos disponíveis para o consumo direto, sendo os produtos lácteos responsáveis por 3,08% (US$ 3,3 bilhões) desse total.  

Em sua apresentação, Filipe também destacou os principais concorrentes do Brasil no mercado de lácteos dos EUA: os europeus concentram a pauta exportadora e são grandes concorrentes em razão das preferências tarifárias; a Argentina é o maior exportador sul-americano e possui cotas específicas e o Chile tem acordo tarifário com os norte-americanos.

“Para produtos exportados pelo Brasil os principais competidores são os europeus e parceiros da América do Norte. O Chile é o maior concorrente quando o assunto é leite condensado. Queijos maturados é a Itália, leite e creme de leite o México, manteiga é a Irlanda, leite em pó também o México e iogurte o Canadá”, explicou Lopes.

Por fim, o adido agrícola em Washington afirmou que nos Estados Unidos há uma previsão de aumento da produção e das exportações de produtos lácteos, especialmente manteiga, devido aos preços competitivos. Também há estimativa de redução nas importações de “butter fat” e concentrados proteicos de leite.

Para os interessados no mercado americano de lácteos, Filipe Lopes alertou que o câmbio e a diferenciação do produto são fundamentais. “A promoção de produtos atualmente é limitada por causa da pandemia, então o ideal é focar no longo prazo e pensar em coordenação logística”.

O diretor executivo da Viva Lácteos, Gustavo Beduschi, foi um dos debatedores do seminário e destacou que o Brasil tem aumentado as exportações de lácteos para os EUA, mas ainda há potencial para expandir. “Precisamos trabalhar com um olhar à frente e buscar estratégias para sair do mercado da saudade”.

Já o analista técnico econômico da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Fernando Pinheiro, disse que o país americano é um mercado consumidor forte, que sabe o que quer. “Os EUA não quer commodity ou produto a granel, ele quer algo pronto para o consumidor. É muito importante saber o que o cliente quer e, principalmente, quem são os concorrentes”.

Projeto Agro.BR – É uma iniciativa da CNA e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) voltada para a internacionalização do agro brasileiro. O Projeto auxilia empresários do setor, viabilizando negócios internacionais para aumentar a presença de pequenos e médios produtores no comércio exterior, além de diversificar a pauta de exportação brasileira.

Fonte: CNA

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Comissão Nacional de Pecuária de Leite discute mercado futuro
Brasil exporta tecnologia para melhoramento genético de bovinos leiteiros
Preço do leite pago ao produtor para o produto captado em outubro deve ficar mais perto da estabilidade, segundo economista
Pela primeira vez, ferramenta genômica vai reunir três raças de bovinos leiteiros
Setor lácteo prevê 2025 positivo, mas com desafios
Leite/Cepea: Preço ao produtor se mantém em alta em setembro
undefined