Demanda enfraquecida pressiona cotações de derivados lácteos
O aumento inesperado da demanda por leite UHT na segunda quinzena de março reduziu o volume estocado nas indústrias, impulsionando as cotações a elevados patamares. No entanto, em abril, houve certa manutenção de estoques nos canais de distribuição, sugerindo que o consumidor final já começa a estabilizar novamente sua demanda.
De acordo com a pesquisa diária do Cepea, com apoio financeiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), o preço do leite UHT registrou queda acumulada de 17,8% em abril. Ainda assim, a média mensal, de R$ 2,87/litro, ficou 8,41% acima da registrada em março/20.
Com a prorrogação da quarentena em muitas regiões brasileiras, a procura por produtos lácteos foi fortemente prejudicada na segunda metade de abril. Segundo agentes consultados pelo Cepea, a redução do volume de vendas refletiu no aumento dos estoques de derivados lácteos e no recuo dos preços diários.
O mercado de queijo muçarela também foi afetado pelas incertezas do cenário atual, registrando demanda enfraquecida e volume reduzido de negociações. Houve desvalorização acumulada de 8,3% durante abril, e o preço médio mensal do derivado fechou a R$ 17,93/kg, recuo de 5,97% em relação ao de março.
MAIO – A menor produção de derivados em abril reduziu os estoques de UHT e muçarela em maio, favorecendo o aumento das cotações na primeira quinzena do mês. Adicionalmente, colaboradores do Cepea relataram melhoras na demanda e nas negociações desses produtos. De 4 a 15 de maio, a pesquisa diária do Cepea registrou alta acumulada de 5,4% para as cotações de UHT e de 1,3% para as de muçarela. Ainda assim, as médias mensais parciais dos preços do UHT e da muçarela nesse período, de R$ 2,55/litro e de R$ 17,17/kg, são 11,2% e 4,2% menores que as respectivas médias de abril.