Suco atinge maior patamar desde julho de 2008 em NY

Publicado em 06/01/2010 08:57
A expectativa de que as baixas temperaturas em regiões produtoras de laranja da Flórida prejudique ainda mais a safra do Estado americano motivou uma nova disparada das cotações do suco ontem na bolsa de Nova York.

Na segunda-feira, como informou o Valor, os preços já haviam registrado forte valorização, que compensou parcialmente a liquidação de contratos observada nas duas últimas sessões de 2009 no mercado nova-iorquino. O salto de ontem mais do que compensou as perdas. Os contratos futuros com vencimento em março, que atualmente ocupam a segunda posição de entrega em Nova York (normalmente a de maior liquidez), tiveram a maior alta permitida em um único pregão (1.000 pontos) e alcançaram US$ 1,4355 por libra-peso, maior patamar desde julho de 2008, de acordo com relato da agência Dow Jones Newswires.

"Há espaço para novas altas", afirmou Mauricio Mendes, presidente da consultoria AgraFNP e membro do Grupo de Consultores em Citrus (GConsi). Ele lembra que, por conta de problemas anteriores como estiagem e a proliferação de doenças como o greening e o cancro cítrico, a produção da Flórida já será menor que a esperada, conforme projeções atuais. A última projeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para o Estado aponta para 135 milhões de caixas de 40,8 quilos em 2009/10, 17% menos que em 2008/09 e menor volume em três temporadas.

O frio agudo no Estado atualmente, diz, poderá torná-la ainda menor. No mercado, há que estime até 122 milhões de caixas. Tais projeções catastrofistas vem alimentando especulações em Nova York e também serviu para elevar os preços na Europa, principal destino dos embarques do Brasil, maior exportador mundial de suco de laranja. No porto de Roterdã, afirma Mendes, a tonelada subiu para US$ 1.550 e se estabilizou nesse nível, à espera da confirmação - ou não - de novos danos na Flórida por causa das baixas temperaturas.

O parque citrícola do Estado americano só é menor que o de São Paulo, e este também sofreu, durante a florada, com fortes chuvas que poderão reduzir a produção de laranja. Mendes estima, com as informações disponíveis hoje, uma produção paulista em torno de 300 milhões de caixas, o que, nas suas contas, representa uma queda de 15%. Mas ele reforça que ainda é cedo para previsões.

Tags:

Fonte: Valor Econômico

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Citros/Cepea: Acordo entre Mercosul e UE deve favorecer citricultura nacional
Relatório da Faesp aponta queda na safra de laranja 2024/25
Governo do Paraná prorroga mais uma vez emergência fitossanitária de combate ao greening
Citros/Cepea: Melhora no calibre favorece comércio de laranja de mesa
Com investimento de R$ 90 milhões, setor citrícola paulista ganha Centro de Pesquisa Aplicada em Inovação e Sustentabilidade
Citros/Cepea: Preços seguem enfraquecidos
undefined