Laranja: Chuvas irregulares continuam preocupando setor e estoque confortável limita altas em NY

Publicado em 09/12/2021 12:19 e atualizado em 09/12/2021 14:26

Assim como as mais diversas culturas, a produção de laranja no Brasil também vem sentindo os impactos das adversidades climáticas. Pelo segundo ano consecutivo a produção no país recua e de acordo com as perspectivas divulgadas pelo Itaú BBA, na manhã desta quinta-feira (9), caso as previsões de chuvas irregulares se confirmem nos próximos dias, a condição tende a elevar o estresse dos pomares neste período pós florada. 

A consultoria alerta que as previsões mais recentes indicam a permanência de chuvas irregulares e abaixo da média até meados de dezembro. "Embora o fenômeno La Niña previsto para os próximos meses venha sendo classificado como de fraca intensidade, já vem chovendo pouco na Região Sul (parte do país mais sensível à seca com a La Niña) mas também no Estado de SP, onde se concentra a maior parte do parque citrícola e também em algumas partes do Triângulo Mineiro", afirma. 

A consultoria comenta ainda que com base nos dados do Cepea, a produtividade da próxima safra precisa voltar para 1000 caixas por hectares e assim ser possível uma produção acima de 300 milhões de caixas para que o estoque de passagem de suco de laranja em junho de 2023 não seja inferior que 250 mil t. Vale destacar que em setembro a Fundação reduziu para 267,87 milhões de caixas a previsão anterior, o que significa uma produção 0,3% menor que o ano anterior, tamanho o estrago da seca, apesar de ser um ano teoricamente de safra alta.

Em relação ao mercado, o Itaú comenta que apesar do cenário de muitos desafios na produção brasileira e também na produção dos Estados Unidos, os estoques de suco em nível mundial continuam confortáveis, o que pode limitar uma reação mais expressiva dos preços na Bolsa de Nova York. 

Com relação a safra americana, a última previsão do USDA (nov/21) manteve as 47 milhões de caixas para a Florida, o que significará queda de 11% frente ao ano anterior. Já a produção total de laranjas dos EUA, que além da Flórida, inclui a California e o Texas deve somar 91 milhões de caixas, 4,1% menor frente à safra anterior.

 


Os dados do Itaú mostram que o suco de laranja em NY teve recuou de 0,7% no mês passado quando comparado com o mês anterior. "Já o custo da caixa da fruta aumentou 0,2% em dólares, com a alta no Brasil (em Reais) praticamente anulada pela desvalorização cambial (0,4%). Com isso, o spread da venda de suco registrou nova queda, de 4%, para o USD 1,52/cx, sendo 27% menor que o de nov/20", acrescenta. 

Já em relação as cotações da laranja pera no mercado in natura também foi observado reuco. A média mensal voltou aos R$ 45/caixa, o que representa 8% abaixo do que o mês de outubro. Segundo a consultoria, esse recuo aconteceu em função do enfraquecimento da demanda e melhora da oferta das frutas tardias após o retorno das chuvas. "Apesar disso, após um outubro com boas chuvas no estado de SP, novembro foi novamente abaixo da média, além de forte calor, o que vêm preocupando os produtores", afirma. 

 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dreyfus anuncia novo terminal de açúcar em SP que eleva em 1 mi t capacidade por ferrovia
Citricultura baiana se desenvolve baseada na tecnologia, e faturamento cresce 35,80% entre 2019 e 2023
Agrodefesa realiza oficina técnica na área de citros e curso para emissão de Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) e de Origem Consolidado (CFOC)
Citros/Cepea: Preço da tahiti cai, mas segue elevado
Citros/Cepea: Chuvas geram expectativa de recuperação na oferta em 2025
Citros/Cepea: Preços seguem em alta; volume exportado diminui, mas receita sobe
undefined