IMA monitora pomares de citros em Minas
Monitoramento e manejo são medidas preventivas eficazes para conter a ocorrência de pragas nos pomares. Agricultores mineiros que cultivam frutas cítricas estão atentos ao HLB, mais conhecido como greening, uma doença que causa prejuízos econômicos e pode gerar gargalos ao setor. Como parte das atividades de prevenção à doença, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), monitora o HLB nas fazendas de laranja, limão, mexerica e demais frutas da categoria. Entre os procedimentos das vistorias estão dados coletados duas vezes por ano nas propriedades rurais.
Nesta quarta-feira (15/7), o IMA inicia balanço do primeiro panorama de 2020 no qual consta informações sobre ocorrência da doença, área do plantio e eliminação de plantas doentes. Cerca de 800 relatórios já foram entregues pelos citricultores em www.ima.mg.gov.br ou por e-mail da unidade do IMA onde o produtor é atendido. O procedimento é uma determinação da Portaria do IMA nº 1649/2016 e da Instrução Normativa nº 53 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O panorama semestral será analisado e apresentado ao setor produtivo.
A inspeção nas propriedades de citros é realizada a cada três meses em parceria com engenheiros agrônomos da iniciativa privada habilitados. O fiscal da Gerência de Defesa Sanitária Vegetal do IMA, Leonardo do Carmo, aponta a participação do citricultor, assim como a de todos os elos da cadeia produtiva, como fundamentais para a prevenção ao HLB nos pomares. “As frutas ficam comprometidas para a comercialização, seja pelos aspectos físicos e deformações nas polpas, ou até mesmo pela alteração na característica do suco. A inspeção e o manejo adequados são imprescindíveis”, alerta, acrescentando que a erradicação de plantas doentes não é a única forma de evitar a disseminação da praga. “É necessário o controle do vetor”, justifica.
Dados dos últimos 15 anos provenientes de balanço apurado pela Gerência de Defesa Sanitária Vegetal do IMA mostram que foram erradicadas 633.873 plantas com HLB, o que corresponde a 10 mil hectares, cujos pomares já foram em sua maioria recompostos. Minas Gerais possui cerca de 53 mil hectares de área plantada de citros. Além do estado que detectou a primeira ocorrência de HLB em 2005, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul também já registraram as pragas nas plantações.
Novas metodologias - Durante o enfrentamento da Covid-19, foi implementada entrega de relatórios online para segurança e comodidade do produtor. A fiscalização remota também dará suporte à certificação fitossanitária de origem e à verificação do transporte de produtos que são obrigatoriamente submetidos a documento sanitários. “O desenvolvimento da fiscalização remota permitiu agilidade na análise e na verificação de risco. Nos próximos meses estabeleceremos novas metodologias para aperfeiçoar ainda mais os procedimentos”, projeta Carmo.
Diagnósticos - Após identificar a existência de plantas contaminadas com HLB, o IMA encaminha ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o resultado de diagnóstico emitido por laboratórios credenciados na Rede Nacional de Laboratório Agropecuários. A coleta de amostras das plantas de citros e a remessa para análise em laboratório credenciado é feita por engenheiro agrônomo responsável pela emissão do Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) ou Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado (CFOC). Ambas as habilitações são concedidas após cursos ministrados por fiscais do IMA.