Safra de laranja 2019/20 em SP e MG se encerra em 386,79 milhões de caixas
“Nos últimos 30 anos, tivemos apenas quatro safras maiores do que essa, mas nessa que está se encerrando a produtividade por hectare atingiu um patamar inédito”, diz o coordenador da PES, Vinícius Trombin.
De acordo com o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres, esse marco foi possível graças a uma convergência de fatores. “De um lado, produtores, que nas últimas décadas renovaram pomares adotando níveis tecnológicos mais elevados e ofereceram tratos culturais adequados, e do outro, a natureza, que, por meio do clima, possibilitou que as plantas atingissem o ápice do potencial produtivo em termos de frutos por árvore”, pontua.
Clima favorável, apesar das chuvas abaixo da média
Na fase de enchimento e colheita das laranjas, de maio de 2019 a março de 2020, a precipitação acumulada atingiu 1.210 milímetros, 9% inferior à média histórica, de 1.332 milímetros (1981-2010), de acordo com dados da Somar Meteorologia.
De forma geral, a redução do volume de chuvas prejudicou o crescimento das laranjas, que apresentaram peso médio ainda menor do que o projetado em maio de 2019 – naquele momento, já havia indicadores de que o fruto seria pequeno devido, principalmente, à grande quantidade de frutos por árvore e à elevada proporção de laranjas de primeira e segunda florada. O peso médio dos frutos foi de 156,3 gramas, enquanto a projeção inicial era de que atingiriam 157 gramas na colheita – as regiões com frutos menores tiveram menores índices de chuva em relação a suas médias históricas (veja no mapa o peso médio dos frutos por região).
A taxa média de queda de frutos do cinturão citrícola, acumulada desde o início da safra, foi de 17,63%, a mais alta já medida pelo Fundecitrus. As principais causas foram queda natural, atividades mecanizadas ou condições climáticas adversas (5,15%); greening (4,39%); bicho-furão e moscas-das-frutas (4,29%); pinta preta (2,12%); leprose (1,30%); e cancro cítrico (0,38%).