Laranjais abandonados preocupam os produtores de São Paulo

Publicado em 08/02/2016 06:37

Os pomares abandonados preocupam os produtores de laranja de São Paulo. Sem cuidados adequados, os transmissores de uma doença grave se deslocam para fazendas vizinhas e infectam árvores de laranjais sadios. O Fundo de Controle e Defesa da Citricultura (Fundecitrus) faz um trabalho preventivo para evitar a contaminação.

As árvores secas, os frutos murchos e mato entre plantas indicam que o pomar foi abandonado, sem nenhum tipo de cuidado nem controle de pragas.

Somente na região noroeste do estado de São Paulo, quase dois mil hectares estão abandonados. Um dos pomares fica no município de Guaraci, perto da divisa com Minas Gerais. Não é possível saber ao certo os motivos que levam a essa situação. O dono da área não foi encontrado.

Em todo o estado de São Paulo há quase dez mil hectares de pomares abandonados. Cabe a Secretaria de Agricultura do Estado notificar os proprietários para fazer o corte dessas árvores. Por lei, quando mais de 20% das plantas apresentam o greening, também conhecido como amarelão, o pomar inteiro deve ser cortado.

O greening é uma doença que ataca a planta como um todo. “A doença tem várias características. A primeira é que as folhas ficam amareladas, perdem a cor, perdem o brilho e com o tempo as folhas vão cair. O principal prejuízo são os frutos. Os frutos ficam pequenos, murchos, defeituosos e com semente abortada, o que prejudica muito a qualidade do suco”, explica Luis Escandelai, engenheiro agrônomo do Fundecitros.

A bactéria que causa o greening é transmitida por um inseto pequeno, que mede menos de três milímetros, chamado psilídeo. “É a pior doença da citricultura. É uma doença que não tem cura. É uma doença que você tem que trabalhar de forma preventiva, tomando todos os cuidados para que não ocorra a doença na planta. Uma vez que ocorreu, o único remédio realmente é eliminar essa planta”, alerta Escandelai.

Nos locais em que o controle de pragas não é feito por meio de inseticidas os agrônomos estão soltando vespinhas desenvolvidas em laboratório. A tamarixia radiata é o predador natural do psilísio.

O produtor Daniel Lavrado tem uma plantação de laranja a quatro quilômetros de um pomar abandonado. Ele intensificou os cuidados por causa da doença. “A gente geralmente faz pulverização de bordadura porque ele sempre começa pelas bordas, de fora para dentro. Então, a gente tem essa preocupação. Tem dado dor de cabeça e o custo é elevado. Pra gente é preocupante”, diz.

Os técnicos agrícolas passaram a percorrer as plantações espalhando armadilhas. “Eu venho a cada 15 dias, coloco a armadilha. De 10 a 15 dias, faço a coleta, analiso a armadilha para ver se encontro o psilídio, se foi capturado. Se foi, aviso o produtor. Quando o pomar é abandonado, não tem como”, diz Carlos Alberto Martins, técnico agrícola do Fundecitrus.

Leia a notícia na íntegra no site G1 - Globo Rural.

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Fonte: G1 - Globo Rural

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