Citricultores gaúchos registram perdas em função do clima
Os citricultores da região do Vale do Caí estão sofrendo grandes perdas nas variedades tardias. Nos últimos dias foi observada elevada queda de frutas, causada pelas condições climáticas dos meses de julho e agosto, destaca o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (20/08).
As três semanas de chuvas intensas registradas em julho, associadas às altas temperaturas e ventos quentes nas duas primeiras semanas de agosto, causaram uma reação fisiológica desfavorável nas plantas. Conforme os técnicos da Emater/RS-Ascar, o excesso hídrico do mês passado prejudicou a aeração do solo, causando a morte de raízes e o aumento da síntese de etileno nas plantas, estimulando a queda de frutas. Outros fatores que contribuíram para isso foram a alta nebulosidade e a elevada umidade relativa do ar, naquele período, que ocasionaram a redução da taxa fotossintética. O clima adverso também propiciou a expressão dos sintomas da pinta-preta, doença causada pelo fungo Guignardia citricarpa, condição que agravou a situação.
Estão em colheita atualmente as variedades tardias de laranjeiras e bergamoteiras, e todas foram afetadas. Entre as bergamoteiras, a única ainda em colheita na região é a Montenegrina. A das variedades Ponkan e Pareci já foi encerrada em julho. Também está sendo colhido o Tangor Murcott, conhecido também como Morgote ou Murcote, que é um híbrido natural de laranjeira com bergamoteira. Dentre as laranjeiras, os produtores estão colhendo as variedades Umbigo Monte Parnaso, a Valência e a Céu Tardia ou Céu Paulista.
As perdas decorrentes da pinta-preta, segundo a Emater/RS-Ascar, são muito maiores na bergamoteira Montenegrina, que é naturalmente mais suscetível à doença, atingindo em muitas situações 70% das frutas que estavam por ser colhidas.
Foto: Kátia Marcon