O clima e a evolução da ferrugem da soja
Favorecida pela disseminação via correntes de ar de uma região para outra, a ferrugem da soja pode ocorrer em praticamente todo o Brasil. Em virtude de correntes vindas do Paraguai, os estados do sul do Brasil e São Paulo têm tido ataques mais severos nas últimas safras. Tendo o inóculo presente, as infecções e evolução da doença ficarão bastante dependentes das condições de clima.
A ocorrência de chuvas pode contribuir para a deposição dos esporos presentes no ar sobre as folhas. Após depositados, a germinação e a penetração nos tecidos são altamente dependentes de molhamento foliar, de no mínimo 6 horas. As infecções ocorrem mais à noite, devido à sensibilidade do fungo à desidratação e a luz solar durante o dia. Para as fases de germinação e penetração (Figura 1) não há necessidade de chuvas.
As chuvas podem favorecer para maior molhamento foliar, porém, apenas a presença de orvalho pode ser suficiente para isso, principalmente em períodos de temperaturas mais amenas. Nesse caso, mesmo em períodos secos, as infecções poderão ocorrer.
Figura 1. Fases do processo de infecção por Phakopsora pachyrhizi e as influências dos fatores climáticos
As temperaturas terão grande efeito sobre o período de latência do fungo (desde a deposição do esporo na folha até a esporulação) (Figura 1). Temperaturas mais baixas tendem a aumentar esse período. Assim, o fungo demora mais tempo para esporular, fazendo com que a taxa de progresso da doença seja menor.
Após a esporulação, as chuvas terão grande efeito no processo de liberação e sobrevivência dos esporos produzidos. Esses esporos poderão dar origem a novas lesões, o que faz com que a doença evolua rapidamente. Nessa fase, as chuvas continuam a contribuir para a deposição de esporos disseminados pelos ventos e para a manutenção do molhamento foliar. Períodos com elevada frequência de chuvas serão favoráveis para a rápida evolução da ferrugem. Já em períodos secos, a evolução se tornará mais lenta.
Mesmo que períodos mais secos desfavoreçam a doença, isso não pode justificar o descuido no manejo. Como vimos anteriormente, mesmo na ausência de chuvas e temperaturas amenas, as infecções ocorrem e se mantêm latentes no interior dos tecidos. Quando as condições de clima voltam a se tornar favoráveis, a esporulação será impulsionada e a doença voltará a evoluir rapidamente.
No descuido do produtor e no atraso com a proteção, a doença poderá encontrar uma brecha para evoluir. Por isso, mesmo na ausência de chuvas, é importante que os produtores fiquem atentos, procurando não atrasar o início das aplicações de fungicidas, usar produtos eficientes, manter intervalos de aplicação ajustados e fazer associação com fungicidas multissítios, de forma a tornar o manejo mais consistente e eficaz.
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