Preço do tomate tem tendência de queda
Para chegar ao ponto de consumo o tomate tem que sair da plantação ainda verde. O amadurecimento é rápido, não leva mais que dois dias. É somente quando faz a entrega que o produtor sabe o quanto vai ganhar. O gerente de lavoura Fábio Buranello faz o controle e conta que a colheita acontece três vezes por semana.
– Atualmente a gente trabalha basicamente com o mercado local. Tudo é comercializado na região, na rede de supermercados, feirantes – conta.
Buranello está atualmente vendendo a caixa de 20 quilos a R$35, mas informou que já conseguiu R$40 no mês passado. Ele diz que choveu muito em dezembro e janeiro, quando a lavoura estava em formação, e fez com que caísse a produtividade.
– Tivemos uma queda de 30%, 35%, chegando a 40% na produção. A gente planta pensando em 300, 350 caixas por mil plantas. A gente conseguiu uma produção de 200 caixas por mil plantas. É muito pouco – informa.
Em Bragança Paulista, em apenas uma lavoura de quatro hectares são plantados mais de 55 mil pés de tomate, de três variedades diferentes. A mais comum é para salada.
Atualmente, o tomate é o segundo produto em volume, e em negócios. Só perde pra laranja. Por mês são comercializadas mais de 30 mil toneladas na Ceagesp.
O economista da Ceagesp, Flávio Godas, que faz o levantamento de preços, diz que apesar de ser uma fruta, o tomate é classificado como legume. Está no grupo de produtos que tiveram aumento no mês passado.
– Houve um aumento de 15% nos preços do tomate em março, acarretado principalmente pelas condições climáticas negativas, ou seja, excesso de chuva e altas temperaturas. Nos primeiros dias de abril este quadro já voltou ao normal. Então o preço do tomate está praticamente normal em relação a épocas anteriores, e normal inclusive em relação ao ano passado, 30% mais baixo do que na mesma época de 2010 – explica.
O índice de preços da Ceagesp é divulgado sempre no primeiro dia útil do mês. É uma referência para o gerente da plantação de tomates de Bragança Paulista e para muitas Centrais de Abastecimento no país. O economista faz o acompanhamento a cada semana. Ele diz que tem contato direto com os produtores. Pela experiência e pelo que já viu nos primeiros dias de abril, até arrisca uma previsão para os preços neste e nos próximos meses.
– A tendência daqui pra frente é de diminuição dos preços praticados, sem dúvida alguma. O máximo do preço do quilo do tomate deve ficar em R$1,50, R$2. E a caixa de 20 kg, por volta de R$35 a R$40 – conclui.