Painel do Campo Futuro levanta custos de produção da maçã em São Joaquim
O Projeto Campo Futuro reuniu produtores de maçã de São Joaquim, na serra catarinense, nesta segunda-feira (12) para levantar os custos de produção da cultura. A iniciativa foi da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com o apoio do Sistema Faesc/Senar e do Sindicato Rural da região.
O encontro reuniu produtores rurais, técnicos da CNA e do Sistema Faesc/Senar, dirigentes dos Sindicatos Rurais representantes da cadeia produtiva. O objetivo foi compreender os custos que mais impactam os resultados financeiros dos produtores, como gerenciá-los e quais indicadores são importantes para o monitoramento.
A abertura do evento foi conduzida pelo presidente do Sindicato Rural de São Joaquim e vice-presidente de finanças da Faesc, Antônio Marcos Pagani de Souza, que destacou a relevância da fruticultura, especialmente da cultura da maçã, para a região e para o estado.
“Após a reunião, muitas vezes, ficamos surpresos em relação aos custos, mas é fundamental ter esse conhecimento, que é resultado de um trabalho maravilhoso que a CNA vem realizando em todas as cadeias produtivas. A cultura da maçã não ficou de fora em nosso estado, tendo em vista que Santa Catarina é a maior produtora de maçã do país. Trata-se de uma economia bastante importante para serra catarinense e para nosso estado. Com o painel, o produtor sabe quanto custa para produzir um quilo de maçã e entende sobre os investimentos que poderá fazer para avançar com segurança”.
No fim do evento, a assessora técnica de frutas, hortaliças e flores da CNA, Letícia Assis Barony Valadares Fonseca, frisou que na oportunidade foi definida como propriedade modal (que representa a produção de maçã na região) uma propriedade com cinco hectares cultivados com maçã. O sistema de cultivo é não irrigado, semimecanizado.
“Conforme apresentado pelos participantes a propriedade tem estande de 1.000 plantas por hectare, 60% são formados por maçã fuji e 40% por maçã gala. A produtividade é semelhante entre os materiais. Pontos que as diferenciam são o ciclo, bem como a classificação e a precificação na comercialização. O escoamento da produção é realizado via classificadores e indústria, pelas categorias CAT 1, CAT 2, CAT 3 e indústria. A produtividade observada na última safra foi de 35 toneladas/hectare”, explicou Letícia.
EXPRESSÃO DO CAMPO FUTURO
O produtor e diretor financeiro do Sindicato Rural de São Joaquim, Ilson Castello Branco, avaliou positivamente o levantamento de custos. “Foi muito produtivo esse momento e, sem dúvidas, será interessante para termos noção do que estamos gastando e do que iremos faturar. Com isso, avaliamos se é uma atividade econômica rentável”.
O diretor executivo da Associação Catarinense de Produtores de Maçã e Pera (AMAP), Mauricio Montibeller, destacou o quanto o painel foi relevante para o setor. “É fundamental que os produtores conheçam a realidade dos custos de produção por quilo e por hectare”.
Mauricio realçou, ainda, que hoje com todas as despesas inclusas no formulário foi possível observar que a atividade ainda é viável. “Repassaremos ao produtor o consenso de custo em que chegamos. Provavelmente alguns que colheram mais terão um custo menor aqueles que colheram por eventuais intempéries esse ano poderão ter um custo mais elevado, mas ainda a cadeia produtiva traz rentabilidade aos nossos produtores”.
O presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da CNA, José Zeferino Pedrozo, frisou a importância do Projeto Campo Futuro ao enfatizar que iniciativa consiste no levantamento do custo de produção de diferentes atividades agropecuárias para aliar a capacitação do produtor à geração de informações estratégicas do setor rural, contribuindo para as tomadas de decisão no campo. “Além de acompanhar a evolução dos custos de produção regionais e de análises sobre a rentabilidade das atividades agropecuárias, o projeto possibilita o gerenciamento de preços e do comportamento da produção”.