Vazio sanitário do maracujazeiro-azedo está em vigor para municípios do Litoral Norte

Publicado em 02/07/2024 15:37
Objetivo é reduzir perdas na produção, que podem chegar a 60%

O vazio sanitário para o cultivo do maracujazeiro-azedo já está em vigor e os produtores de 11 municípios do Litoral Norte (veja abaixo) devem eliminar todas as plantas de seus pomares.

O vazio sanitário foi estabelecido no Rio Grande do Sul em 2023 através da Instrução Normativa nº 13, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), sendo o período compreendido entre os dias 01 a 31 de julho de cada ano. Neste período, é proibido cultivar ou implantar pomar de maracujazeiro-azedo, bem como manter ou permitir a presença de plantas vivas dessa espécie em qualquer fase de desenvolvimento.

O objetivo é combater a virose do endurecimento dos frutos do maracujazeiro, causada pelo Cowpea aphid-borne mosaic vírus (CABMV). O endurecimento dos frutos do maracujazeiro é a virose mais importante da cultura no Brasil, pelo seu alto potencial destrutivo e rápida disseminação. As perdas podem chegar a 60% da produção, dada a drástica redução na produção dos frutos, que ficam deformados, rugosos e menores. Também acontece o endurecimento no albedo, que é a parte branca interna da casca, que se torna espessa, resultando em baixo rendimento de polpa, tornando-o impróprio para o comércio.

De acordo com a chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal (DDSV) da Secretaria, Rita Antochevis, com a eliminação de todos os maracujazeiros durante o vazio sanitário, a praga não encontrará plantas hospedeiras para completar seu ciclo, o que ajuda a fazer o controle com menor uso de produtos químicos.

A produção de mudas é permitida, desde que sejam observados os requisitos previstos na legislação, sendo realizada exclusivamente em cultivo protegido e com o uso de telas antiafídeos, que impedem a passagem de insetos vetores de doenças.

Além destas medidas, a Instrução Normativa trouxe a obrigatoriedade de solicitar à Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul a autorização para a entrada de mudas no Estado, com antecedência de 30 dias, tanto para fins de plantio como de comercialização. O interessado deve preencher um formulário online (veja aqui) e apresentar alguns documentos, como laudo fitossanitário que ateste a sanidade das mudas.

A chefe da DDSV destaca que “a adoção do período de vazio sanitário e do uso de mudas saudáveis, produzidas em ambiente protegido, são as principais medidas para o controle da virose do endurecimento dos frutos do maracujazeiro, assegurando e preservando a sanidade dos frutos”.

A Secretaria da Agricultura disponibiliza o número de WhatsApp (51) 984129961 como canal para denúncias de não cumprimento do vazio sanitário. As denúncias são a principal fonte de informação para identificar as irregularidades.

Municípios com vazio sanitário do maracujá: Arroio do Sal, Capão da Canoa, Dom Pedro de Alcântara, Itati, Mampituba, Maquiné, Morrinhos do Sul, Terra de Areia, Torres, Três Cachoeiras e Três Forquilhas.

Produção

O Rio Grande do Sul tem 208 produtores de maracujá, que cultivam o fruto em uma área plantada de 284 hectares e tem uma produção de 5 mil toneladas, de acordo com dados da Radiografia da Agropecuária Gaúcha de 2023. 

Fonte: Secretaria Agricultura RS

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Mamão/Cepea: Feriados e aumento na oferta refletem em nova queda nos preços
Banana/Cepea: Preços praticamente se estabilizam em Delfinópolis
Batata/Cepea: Choque de oferta na bataticultura!
Embrapa e IBPecan assinam parceria com instituições do Uruguai e da Argentina para troca de informações sobre a nogueira-pecã
Cenoura/Cepea: Altas nas cotações continuam em São Gotardo
Melão/Cepea: Diante da grande oferta, preços seguem baixos para estimular vendas
undefined