Produção de figo envolve 60 propriedades rurais em Nova Petrópolis
A fruta que motiva a realização da Festa do Figo está presente em 60 propriedades de agricultores familiares de Nova Petrópolis, conforme registro do escritório local da Emater/RS-Ascar. São cerca de 38 hectares de área cultivada, que produzem anualmente mais de 450 toneladas da fruta.
De acordo com a Emater/RS-Ascar, boa parte do figo produzido em Nova Petrópolis é destinado à indústria, volume que corresponde a 80%. Os outros 20% são comercializados na Ceasa e diretamente nas propriedades, além do uso na indústria caseira de doces.
As três principais variedades cultivadas no município são a Roxo de Valinhos, a Pingo de Mel e a Negrito, variedades estas que poderão ser adquiridas durante a Festa. A Roxo de Valinhos é a que tem a maior área cultivada no Estado e no País, já as variedades Pingo de Mel e Negrito são produzidas comercialmente apenas em alguns poucos locais do Brasil, como nas comunidades/regiões de clima mais frio do município de Nova Petrópolis. São variedades muito apreciadas pelos consumidores que as conhecem, tanto para consumo in natura quanto para a produção caseira de figadas.
"Trata-se de uma cultura que historicamente tem grande importância para o meio rural de Nova Petrópolis, visto que representa uma forma de diversificar a renda em muitas propriedades e também porque é um ingrediente presente em vários dos nossos produtos coloniais", afirma o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Jorge Luiz Lüdke.
Entre as 60 propriedades rurais com produção de figo está a de Nilo e Marina Marcon, em Linha Araripe. Ele com 60 anos e ela com 59, ambos têm o figo presente em suas famílias de origem. No caso de Nilo, os avós já produziam a fruta em grande quantidade. Nas terras da família de Marina, onde ela e Nilo vivem hoje, a quantidade de plantas de figo era menor. "Fomos ampliando ao longo dos anos", comenta a agricultora.
Junto com culturas como abóbora, acácia e eucalipto, além da produção leiteira, atualmente o casal cultiva dez variedades de figo em uma área de 1,5 hectare, com destaque para a Pingo de Mel.
Marina e Nilo deram início à colheita da safra de 2023 na semana passada (16/01), antevendo um volume de 16 toneladas da fruta. Assim como ocorre com a maioria das famílias produtoras, o volume produzido pelo casal de Linha Araripe destina-se em maior parte à indústria, além da venda in natura na própria propriedade. Uma parte da colheita também é congelada, sendo utilizada ao longo do ano como ingrediente para produtos como cucas, comercializadas por Nilo e Marina nos Fornos de Gramado.
E parte dessa produção será destinada à 48ª Festa do Figo, que ocorre nos dias 4 e 5 de fevereiro, na Sociedade Cultural e Esportiva Linha Araripe. "A Festa do Figo é muito importante para nós produtores, principalmente porque ela dá visibilidade e divulgação para essa fruta. Por causa da festa, Nova Petrópolis já é referência em figo e quem quer comprar e consumir acaba vindo para cá, e não é só durante o evento", explica Nilo.
A Festa do Figo é realizada anualmente, de forma alternada, pelas comunidades de Linha Araripe e Linha Brasil. A 48ª edição do evento é uma realização da Sociedade Cultural e Esportiva Linha Araripe, com patrocínio de Banrisul, Sicredi Pioneira, Sicoob MaxiCrédito, Cervejaria Edelbrau e Bitcom Internet. O evento integra a programação do Verão no Jardim da Serra Gaúcha e conta com apoio da Prefeitura de Nova Petrópolis, Sindicato dos Agricultores Trabalhadores Familiares de Nova Petrópolis e Picada Café e Emater/RS-Ascar. Mais informações pelas redes sociais: @festadofigonp no Instagram e Facebook.