Hortifruti/Cepea: Paralisações impactam no escoamento de HFs

Publicado em 03/11/2022 11:46

A paralisação de parte das rodovias em todo o território nacional está impactando no escoamento de frutas e hortaliças ao longo do País. Parte dos colaboradores consultados pelo Hortifruti/Cepea relatou que evitou o comércio de produtos, temendo que os caminhões não chegassem ao destino, resultando em perdas durante o processo logístico. Porém, até meados do primeiro dia de novembro, muitos estavam com caminhões parados nas estradas, enquanto outros estão com mercadorias já colhidas aguardando o término do bloqueio.

Outro problema relatado foi nos trabalhos de campo: no caso da laranja, por exemplo, algumas turmas de colheita tiveram dificuldade em chegar nas fazendas, dificultando o andamento da atividade. Para este setor, inclusive, houve redução nos envios de fruta à indústria de suco, tanto pelas preocupações com os bloqueios quanto pela diminuição no quadro de funcionários no campo.

Nas ceasas, ainda não foram relatados problemas com desabastecimento. Em sua página no Instagram, a Ceagesp relatou que houve diminuição de 17% na entrada de caminhões até as 10h da manhã do dia 1º de novembro quando comparado com o mesmo dia e horário da semana passada. Ainda assim, não há falta de mercadorias.

BATATA – A entrada de caminhões com o tubérculo também foi baixa no atacado, o que refletiu diretamente nos preços. Em São Paulo (SP), houve valorização de 60% na batata ágata especial no dia 1º de novembro em relação ao dia 31 de outubro, enquanto em Belo Horizonte (MG) e no Rio de Janeiro (RJ), as altas foram de 106% e 127%, respectivamente.

Além do reflexo das menores entradas, houve chuvas na região Sudoeste Paulista, uma das principais ofertantes no momento, o que diminuiu a colheita de batatas. Já nas praças de Cristalina (GO) e Chapada Diamantina (BA), o escoamento foi mais voltado ao Nordeste e Centro-Oeste do País, onde as paralisações são menores.

TOMATE – Atacadistas consultados pelo Hortifruti/Cepea relataram que não houve entrada do fruto no atacado, havendo comercialização das sobras de ontem. Porém, caso o abastecimento não seja regularizado, a comercialização de tomates poderá ser interrompida nos entrepostos.

Nas regiões produtoras, o fruto se valorizou, em relação ao fechamento do dia 31 de ourtubro, 27% em Paty do Alferes (RJ), 18,5% em Sumaré (SP) e 12,8% em Venda Nova do Imigrante (ES). Para o tomate, as paralisações preocupam ainda mais os produtores, considerando que é bastante perecível, podendo haver acúmulos nas roças. Um alento é a diminuição das temperaturas frente à semana passada, o que pode “segurar” a maturação nas regiões produtoras.

Algumas rodovias já começaram a ser liberadas em meados de 1º/11/2022 após a determinação do Supremo Tribunal Federal para o fim dos bloqueios em vias públicas, mas a HF Brasil continuará acompanhando os impactos das manifestações no comércio de frutas e hortaliças.

Fonte: Cepea/Hortifruti

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