Melancia tem novo zoneamento agrícola validado e ampliado

Publicado em 29/12/2020 13:49
Cultura fez parte de 11 novos estudos de sistemas de cultivos anuais e perenes de 2020, ano que teve total de 484 portarias publicadas de Zarc, aumento de 24%

Foram publicadas no Diário Oficial da União desta terça-feira (29) as Portarias de Nº 419 a 484, com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), ano-safra 2020/2021, para o cultura da melancia. Em dezembro, foram realizadas cinco reuniões virtuais do Zarc para a cultura da melancia, com o objetivo de estabelecer o novo período de plantio recomendado para as cinco regiões do Brasil. Até então as informações disponíveis no Zarc para a melancia era para apenas três estados do país. 

O pesquisador Carlos Ricardo Fietz, da Embrapa Agropecuária Oeste, explica que em Mato Grosso do Sul foram apresentadas duas propostas de zoneamento, sendo uma para melancia em condições de clima quente (mais comum) e outra para a melancia de clima ameno ou frio, mais específico para o sul do estado, no período de abril até agosto. 

Segundo Fietz, os modelos de simulações do Zarc foram feitos para duas condições diferentes de manejo, ou seja, para a cultura de sequeiro e para a cultura irrigada. “A irrigação deve ser vista com bons olhos, pois diminui muito os riscos de perdas na cultura da melancia”, diz. 

O pesquisador Éder Comunello, também da Embrapa Agropecuária Oeste, explica que os resultados do Zarc para Mato Grosso do Sul são bem diferentes do atual e houve muitas mudanças. Segundo ele, os três principais fatores de risco avaliados nesta pesquisa foram: deficiência hídrica, geada e chuva no período da colheita. Ele destaca ainda a relevância da validação dos resultados junto aos produtores. 

O chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Harley Nonato de Oliveira, enfatiza a importância dos investimentos na construção dos dois novos lisímetros na Unidade. Os lisímetros são equipamentos instalados a campo e que medem o consumo hídrico das culturas. 

Segundo Harley, esses equipamentos vão possibilitar um aperfeiçoamento ainda maior do Zoneamento. “Os lisímetros são ferramentas fundamentais para a pesquisa”, acrescenta. Segundo ele, uma das prioridades da Embrapa é contribuir com políticas públicas por meio de informações científicas que possibilitem a produção sustentável dos sistemas agropecuários. 

Balanço 2020 do Zarc

Em 2020, foram publicadas 484 portarias de Zarc, o que representa um aumento de 24% em relação ao ano anterior. A rede Zarc da Embrapa envolveu 32 unidades da empresa na pesquisa e desenvolvimento do Zoneamento, o que gerou 11 novos estudos de sistemas de cultivos anuais e perenes: arroz irrigado tropical, aveia, caju, cevada, mamona, mamona semiárido, melancia, milheto, milho 1ª safra, milho 2ª safra e sorgo. Essas culturas passaram por processo de validação, no total foram 58 reuniões de validação com 2.032 participantes.

Outros cultivos tiveram portarias atualizadas pelo Mapa neste ano: algodão herbáceo, amendoim, arroz, mandioca, consórcio milho com braquiária, feijão, feijão caupi, girassol e soja.     

Zarc 

Os agricultores que seguem as recomendações do Zarc estão menos sujeitos aos riscos climáticos e poderão ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural (PSR). Muitos agentes financeiros só permitem o acesso ao crédito rural para cultivos em áreas zoneadas e para o plantio de cultivares indicadas nas portarias de zoneamento.

Fonte: Mapa

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