Maçã: Até padrões "inferiores" registram boas vendas

Publicado em 13/10/2020 11:52

 No início da safra 2019/20, agentes do mercado de maçã ficaram receosos com a maior participação de frutas médio-miúdas na campanha, as quais, geralmente, são menos preferidas no mercado doméstico. Além disso, a preocupação aumentou diante da pandemia da covid-19, já que o fechamento e/ou a redução da capacidade de funcionamento de cozinhas institucionais, industriais, restaurantes e outros serviços, afetaram principalmente o comércio de Cat 3.

Mesmo assim, os preços dispararam na parcial do ano (janeiro a setembro). Este cenário se deu pelo menor volume de maçã disponível na temporada, já que houve quebra de safra – diante de entraves climáticos no Sul do País –, e pelo bom desempenho das exportações brasileiras, justamente devido à disponibilidade de frutas de menores calibres com boa qualidade, que são preferidas pelos principais destinos brasileiros (como Bangladesh).

Houve valorização significativa, sobretudo, das maçãs graúdas no período, visto sua menor concentração na oferta. Porém, até mesmo as frutas miúdas e as Cat 3 obtiveram aumento expressivo nos preços. Destaca-se que, em função dos valores mais acessíveis frente aos demais perfis e da economia nacional enfraquecida, esses padrões têm sido os mais procurados nos últimos meses.

Na parcial do ano (janeiro a setembro), a gala calibre 165 Cat 3 foi vendida na média de R$ 47,46/cx de 18 kg nas regiões classificadoras do Sul, valor 28% superior ao registrado em 2019 e 29% maior frente à média nominal do mesmo período, nos últimos cinco anos. A fuji de mesmo perfil foi comercializada por R$ 47,61/cx de 18 kg, valorização de 34% e de 31%, respectivamente, nas mesmas comparações. É importante ressaltar que a menor incidência de granizo favoreceu a qualidade da maçã na atual campanha e, consequentemente, houve menor concentração de Cat 3 na oferta.

Para o último trimestre, agentes acreditam que, diante da redução gradual dos estoques brasileiros, os preços de maçã devem seguir elevados até a entrada da próxima safra, no começo do ano que vem. Porém, com os preços bastante elevados para frutas de padrões superiores, podem seguir se valorizando as de menores calibres e Cat 3, que possuem cotações mais baixas.

Fonte: Cepea/Hortifruti

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