Maçã: Volume colhido recua quase 20% na campanha 2019/20
No Sul do Brasil, o volume colhido de maçã recuou quase 20% nesta safra 2019/20, totalizando cerca de 939 mil toneladas, de acordo com a ABPM (Associação Brasileira de Produtores de Maçã). Isso porque diversos fatores climáticos impactaram a produção, como o inverno ameno, as chuvas na primavera (período de florada) e o grande déficit hídrico no verão do ano passado.
A variedade mais afetada foi a fuji, que teve quebra de safra bastante expressiva, principalmente em São Joaquim (SC) e Vacaria (RS). Assim, agentes estimam que, do volume total colhido nesta campanha, apenas 35% seja de fuji e 60% de gala.
Houve, ainda, maior concentração de frutas miúdas, em decorrência do clima mais seco no período de enchimento das maçãs. De acordo com agentes, este cenário reduziu a participação das frutas graúdas (até o calibre 110) no volume colhido da safra, devendo ser de apenas 20% para a fuji e de 10% para a gala.
Como resultado, as cotações de maçãs de maiores calibres foram impulsionadas neste ano. No segundo trimestre de 2020 (abril a junho), por exemplo, o preço da gala calibre 110 Cat 1 foi de R$ 89,77/cx de 18 kg na média das regiões classificadoras, alta de 48% frente ao mesmo período do ano passado. Já a fuji de mesmo perfil foi vendida por R$ 94,81/cx de 18 kg, aumento de 68% na mesma comparação.
Para o segundo semestre, apesar das incertezas no mercado nacional, diante da crise decorrente do coronavírus, a menor oferta de maçãs pode assegurar ajustes favoráveis à comercialização e aos preços, principalmente para frutas de maiores calibres.
QUALIDADE – Nesta temporada, a qualidade de conservação e organoléptica das maçãs está bastante positiva. Segundo agentes, o volume das categorias superiores (1 e 2) deve representar cerca de 65% do total colhido – o que tem contribuído para o armazenamento e comercialização da fruta.
Vale destacar que, como essa qualidade pode colaborar para que as classificadoras mantenham alguns lotes armazenados por um maior período, a oferta pode ser mais "uniforme" nos próximos meses.