Safra do pinhão deste ano será menor no Rio Grande do Sul, por razões climáticas

Publicado em 28/04/2020 13:44

Produto tradicional e característico na alimentação nesta época do ano, o pinhão já começou a ser colhido e comercializado na Serra. No Rio Grande do Sul, a liberação da colheita e venda ocorre a partir de 15 de abril, conforme portaria normativa (DC-20) do Ibama, com o intuito de permitir a plena maturação das pinhas e a sua debulha natural, de forma a proteger a reprodução dos pinheiros e garantir a alimentação da fauna, que também auxilia na propagação da espécie, semeando as sementes.

Conforme a extensionista rural da Emater/RS Adelaide Juvena Kegler Ramos, a safra prevista para este ano será menor do que a do ano passado, que também já apresentou quebra. Condições climáticas desfavoráveis influenciaram na quebra da safra, especialmente o clima seco no período de desenvolvimento do pinhão.

De acordo com levantamento realizado na região pela Emater, parceira da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), a redução varia de 20% a 60% com relação à safra passada, dependendo do município e da região. Isso representa menos receita para famílias que têm no pinhão um complemento de renda ou para aquelas que tiram o seu sustento da atividade, e um preço maior para o consumidor, que parte dos R$ 6 por quilo na venda direta, podendo chegar a R$ 18 nos mercados. “Neste ano, em função da Covid-19, implantou-se uma nova modalidade que é a comercialização em feiras on-line, como uma forma de proteger as pessoas e evitar a propagação do vírus”, ressalta Adelaide.

Segundo a extensionista, as pinhas e os pinhões que vêm sendo colhidos apresentam boa qualidade e sanidade.

Colheita

A safra do pinhão concentra-se no período de abril a junho, porém, devido à maturação das pinhas se dar em épocas diferentes, é possível encontrar pinhão ainda em agosto e, por vezes, meados de setembro, proveniente de variedades mais tardias. A colheita é feita de forma manual, através da coleta das sementes diretamente no solo ou pela derrubada das pinhas com auxílio de utensílios. “É importante frisar que na colheita do pinhão se observe a plena maturação das pinhas, para que o pinheiro cumpra sua reprodução e seu papel no equilíbrio do ecossistema da floresta com araucária e também para que o consumo de pinhão verde não prejudique a saúde do consumidor”, afirma a extensionista.

Por: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural RS

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