Agricultor investe no cultivo de limão; a expectativa é colher 80 toneladas em um ano
O cultivo do limão-taiti é uma nova opção de renda para o agricultor familiar Fábio Alves, do Assentamento Rural Dom Ozório Stofell, localizado no município de Campo Verde (131 km ao Sul de Cuiabá). Numa área de 12 hectares ele realizou o plantio de 2.920 mudas de limão e espera colher em torno de 80 toneladas do fruto, no terceiro ano de cultivo (2022). O engenheiro agrônomo da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Kenio Nogueira, comenta que a cultura cítrica será irrigada e poderá produzir o ano todo.
No Sítio Quatro Irmãos, a cultura de limão foi plantada em outubro de 2019.As mudas foram adquiridas por um viveiro credenciado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com Certificado Fitossanitário, por um preço de R$ 10,00 e investimento na ordem de R$ 29.200. O limão Taiti na safra é comercializado por R$ 1,50 e na entressafra pode chegar até a R$ 5,00 o quilo. Com uma produção anual de 80 toneladas do fruto, pode render para o agricultor em torno de R$ 400 mil por ano.
Conforme Kenio, o terceiro ano de produção é considerado comercial, com 30 quilos por árvore. Um hectare de limão poderá produzir mais de 14 toneladas do fruto na época da safra.
“O cultivo do limão Taiti tem se mostrado uma excelente alternativa para a agricultura familiar, diversificando a produção, criando postos de trabalho e melhora a renda das famílias”, destaca.
Em Mato Grosso a produção ainda é tímida, a área plantada de limão está em torno de 240 hectares com rendimento de 9.345 quilos por hectare, distribuídos em todas as regiões (IBGE, 2016), e não atende à demanda interna. Nogueira explica que 90% do fruto consumido são importados de outros Estados, conforme dados da Empaer (2015).
O Estado apresenta ótimas condições de solo e clima para o cultivo da fruta, capaz de diversificar a produção da agricultura familiar. De acordo com o engenheiro da Empaer, essa época é de entressafra do limão e os preços podem subir devido a procura para o consumo da fruta cítrica, para combater gripes.
“Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vitamina C se perde com facilidade e o ideal é utilizar frutas cítricas cruas e frescas para repor a quantidade necessária ao sistema imunológico”, esclarece.
Combatendo lagartas
O técnico agropecuário da Empaer, Sergio Mazeto, que presta assistência técnica no Sítio Quatro Irmãos, relata que o cultivo completou seis meses, e nesse período é necessário ter alguns cuidados para controlar o ataque da larva mimadora, ou seja, da mariposa. O inseto ataca as folhas novas das plantas de citros e provoca redução na taxa de fotossíntese e no desenvolvimento das brotações, afetando as folhas, que secam e caem no solo.
A lagarta dos citros prefere vegetações novas, por isso o controle deve ser iniciado na primavera, época de início das brotações e quando ocorre o desenvolvimento da lagarta. O controle evita que as plantas fiquem debilitadas e, principalmente, diminui as chances de o pomar ser contaminado pelo cancro cítrico. No entanto, antes de iniciar o controle, é preciso conhecer a incidência da praga nos talhões.
De acordo com Mazeto, na área do agricultor Fábio, as mudas tiveram uma pequena infestação com a lagarta e foi adotado o controle químico a base de abamectina misturado com óleo mineral (0,25%) por meio de pulverizações. O controle deve ser adotado quando há a presença de lagartas vivas no primeiro e segundo estágios, na proporção de 10% de ramos, em pomares novos e 30% de ramos nos pomares adultos”, orienta.