Prestes a perder toda safra, produtor se reinventa, garante vendas e tenta diminuir impactos

Publicado em 02/04/2020 14:12 e atualizado em 02/04/2020 17:15

Com as feiras livres supensas e com centros de distribuição diminuindo a demanda de compra em consequência da pandemia do Coronavírus, o produtor rural de frutas e hortaliças viu a necessidade de encontrar novas formas de sobreviver em meio a crise que atinge em todo o país. Apesar do hortifruti ser considerado abastecimento essencial à população, pequenos produtores estão precisando se reiventar para frear os impactos negativos e manter o abastecimento. 

A família Lourenção, tradicional produtora de uvas na cidade de Louveira, localizada a 70 km de São Paulo, começou os trabalhos de colheita pouco antes das determinações de isolamento social do Governo do Estado e para não perder toda a produção, precisou inovar no jeito de vender: aproveitando os recursos da internet, facilidade de mensagens via WhatsApp e fazer o serviço de delivery com os próprios carros. 

Milton Lourenção que cultiva cerca de 7 mil pés de uva nesta época do ano, foi o primeiro produtor da cidade a fazer as vendas com os novos moldes. "Nós estamos tendo muitos problemas com abastecimento, sem demanda e está muito difícil", comenta Cristina Lourenção - irmã de Milton. Segundo Cristina, as vendas começaram a ser feitas na terça-feira (31) e em menos de 24 horas a família conseguiu garantir o escoamento de toda a safra do período, com mais de seis mil pedidos realizados. 


Internet garante que produtor não perca safra inteira de uva em Louveira

A produtora comenta ainda que toda a família se uniu para conseguir anotar os pedidos e agora, na propriedade de Milton, estão se dividindo entre o final da colheita e as entregas. Além de usar a internet, a família também precisou reduzir o preço da caixa de uva para cerca de R$ 20,00 - primeiro para garantir as vendas e para tentar recuperar parte do investimento da produção. 

Cristina destaca que no próximo mês deve iniciar a colheita das uvas no seu sítio, o que corresponde a cerca de oito mil pés, e caso a situação não se normalize, já se planeja para também fazer as vendas pela internet. "Nós estamos todos se ajudando. Minha irmã faz entregas, não cobra combustível e assim conseguimos o minímo para conseguir pagar as contas, pelo menos", comenta. 

Já no caso de Milton, segundo Cristina, os próximos dias serão de muito trabalho para finalizar a colheita e também garantir as entregas de todas as encomendas. "Estavámos desesperados porque precisava vender, corremos o risco de perder tudo, mas a aceitação foi muito boa e conseguimos passar essa fase", destaca. 


Família faz venda na porta de casa Foto: Cristina Lourenção
 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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