Senar pretende ampliar ações de Assistência Técnica e Gerencial para atender o setor cacaueiro
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e a World Cocoa Foundation (WCF) vão trabalhar em conjunto para desenvolver a cadeia produtiva do cacau por meio da ampliação das ações de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) no País.
Nesta quinta (7), o diretor-geral do Senar, Daniel Carrara, e o diretor de ATeG, Matheus Ferreira, receberam a diretora de Estratégia da WCF, Nira Dessai, e o consultor da entidade, Pedro Ronca, para tratar da parceria.
A World Cocoa Foundation é uma entidade voltada à sustentabilidade do setor cacaueiro em todo o mundo. É a primeira vez que realizam parcerias no Brasil para o desenvolvimento da cadeia produtiva local.
“Os produtores sofreram muito com a vassoura de bruxa e nossa instituição trabalhou na reconversão funcional das áreas, principalmente no sul da Bahia, e na transferência de tecnologia para garantir rentabilidade. Hoje o cacau tem viabilidade e rentabilidade seja em qual tecnologia for”, destacou Carrara.
A vassoura de bruxa é um fungo que invadiu as lavouras de cacau da Bahia na década de 80 e reduziu a produção da amêndoa em aproximadamente 60%. Não tem cura e o cacauicultor aprendeu a produzir convivendo com a doença.
A intenção da WCF é captar recursos para que o Senar capacite técnicos de campo e leve Assistência Técnica e Gerencial aos produtores de cacau brasileiros. “Será uma oportunidade de fecharmos uma parceria colaborativa que atenda todo o setor”, afirmou a diretora Nira Dessai.
Atualmente o Senar atende o setor com ATeG nos projetos Pró-Senar, na Bahia, e Rural Sustentável, em Rondônia e no Pará.
“Uma das maiores demandas do setor cacaueiro é assistência técnica e essa parceria com o Senar é fundamental dentro das ações da estrutura de governança que vamos promover ao longo de cinco anos no Brasil”, frisou Pedro Ronca, consultor da World Cocoa Foundation.
Daniel Carrara ressaltou que a entidade vai começar a desenvolver uma capacitação tecnologia a distância voltada à produção da fruta. “Estamos nos preparando para atender as demandas da cadeia produtiva. Nossa intenção é criar uma classe média rural no País e o cacau é uma excelente alternativa para isso.”
Uma das principais dificuldades para atender este setor é a pouca oferta de técnicos especialistas em cacau. Por isso, a capacitação em EaD irá formar os técnicos que irão atuar nos projetos de assistência técnica que estão por vir”, completou o diretor de ATeG, Matheus Ferreira.
A produção brasileira de cacau gira em torno de 210 mil toneladas/ano, distribuídas entre os estados da Bahia, Pará, Espírito Santo, Rondônia, Mato Grosso e Amazonas. Para suprir a demanda da indústria, o País precisa importar a amêndoa principalmente da África. Atualmente o Brasil é o 6º produtor mundial de cacau.