Queda nos preços de tomate e batata aliviam pressão inflacionária
A diminuição das chuvas nas principais zonas produtoras de tomate e batata impactaram na queda dos preços comercializados dessas hortaliças nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país. A maior oferta dos produtos e a com melhor qualidade fizeram os preços caírem em até 53% no caso do tomate no Espírito Santo e 39% da batata em Recife. É o que revela o 3º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Ceasas em 2016, divulgado nesta terça-feira (22) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O estudo analisa os preços de comercialização no atacado em fevereiro deste ano e encontra-se disponível na área de destaques da página da Conab (www.conab.gov.br)
Mas, ao mesmo tempo em que a melhora das condições climáticas teve um reflexo positivo ao consumidor em alguns locais, o excesso de chuvas no período do plantio e colheita da cenoura, principalmente em Minas Gerais, Bahia e Goiás, fez com que houvesse diminuição da oferta e consequente aumento dos valores de comercialização. Em março, a perspectiva é de manutenção da alta em níveis menos expressivos, uma vez que o comportamento do consumidor com a substituição do produto pode frear a elevação.
A cebola também registrou alta em alguns mercados atacadistas e baixa em outros, devido à quantidade importada do produto para o mercado interno. No primeiro semestre de 2015, o país importou 9,5 mil toneladas de cebolas, nos dois primeiros meses deste ano houve entrada de 47,2 mil toneladas do bulbo. Nos mercados em que houve registro de queda percebe-se a entrada da produção nacional.
Frutas – De maneira geral, as frutas continuam apresentando alta nos preços nas centrais brasileiras, motivada pela queda da oferta em consequência da entressafra e da baixa produtividade aliada ao aumento das exportações. As maiores altas registradas foram da banana e do mamão. Isso porque a variedade de banana-prata está na entressafra e o mamão passou por problemas climáticos em algumas regiões produtoras. Esses produtos também tiveram impacto nas exportações, que se mostram vantajosas para os produtores. No caso da banana, o movimento pode ser revertido ainda este mês, com a entrada da produção do norte de Minas Gerais e do centro-sul da Bahia.
As exportações também influenciaram para cima os preços da laranja. Já maçã e melancia apresentaram comportamento irregular, com algumas ceasas registrando alta nos preços dos produtos. Essas variações foram resultados de interferências do mercado local. A melancia apresentou diferentes níveis de produtividade entre as regiões produtoras, tendo reflexos diferenciados na oferta do produto.
O levantamento é feito nos mercados atacadistas, por meio do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), executado pela Conab, e considerou a maioria dos entrepostos localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Ceará e Pernambuco. Este último passa a fazer parte dos estudos permanentes a partir deste mês. Por problemas técnicos, os entrepostos do Paraná não conseguiram consolidar os dados de comercialização até o fechamento do Boletim.