A excelente idéia de Sérgio Dotto, diretor da Embrapa trigo
Há alguns dias este Boletim Trigo&Farinhas relatou história de produtor que dizia que não adiantava plantar variedade melhor, do tipo pão, com custo maior, se o preço que o moinho pagava era o de qualidade inferior, do tipo brando. Este é o sentimento (e a realidade) da maior parte dos produtores. A culpa era de todo mundo, desde o governo, que não impunha um padrão (que só foi imposto agora, para vigorar no próximo ano), passando pelos moinhos e cooperativas que não selecionavam adequadamente os tipos, até o produtor que plantava o que lhe dava mais lucro, claro.
Mas, agora, parece que a coisa vai realmente funcionar, porque uma idéia só vai pra frente quando há um homem empenhado por trás dela e este homem chama-se Sérgio Dotto.
Com reuniões diretas com grupos de produtores, será possível virar o jogo, para benefício de todos. Ganhará o produtor, que receberá preço melhor, ganhará o moinho, que terá matéria prima melhor, ganharão as indústrias, que terão farinhas melhores e ganhará o Brasil, que terá uma nova opção de exportação e fonte de divisas, ao invés de dispêndio de divisas, como tem hoje.
As perspectivas são excelentes: só no estado do Rio Grande do Sul há espaço para o plantio de 3 milhões de hectares que, com uma produção média de 2.000 kg/ha poderá produzir 6 milhões de toneladas, mais que o Brasil inteiro irá produzir neste ano. Evidentemente isto é para longo prazo, mas a consciência desta possibilidade motiva todo o empreendimento. O Rio Grande do Sul absorverá cerca de 1 milhão de toneladas e o restante estará disponível para exportação, de maneira paulatina e crescente. Já afirmamos várias vezes em nossos comentários neste boletim e nas entrevistas ao Canal Rural, de São Paulo, que a exportação viabilizará o plantio e a expansão da cultura do trigo no Brasil, mais do que qualquer empenho do governo, tal como aconteceu com a soja.
Parabéns, Dr. Sérgio! Conte com o Boletim Trigo&Farinhas para expandir e divulgar seu nobre empreendimento.