Sobre a importância da importação de trigo para o Brasil

Publicado em 28/01/2011 10:25
No comentário da última quarta-feira mostramos os números da diferença entre adquirir trigo importado (US$ 8,37 milhões na cotação do dia, considerando um navio médio de 25 mil toneladas) e trigo brasileiro (US$ 7,3 milhões para a mesma quantidade). E terminamos, perguntando com alguma ironia, se os moinhos despendiam 1 milhão de dólares a mais pela importação do que se comprassem no mercado interno simplesmente porque queriam esbanjar dinheiro (ou se o faziam por necessidade). Multiplicado por toda a importação anual esta soma atingiria algo ao redor de US$ 240 milhões/ano.  É evidente que ninguém joga um milhão ou 240 milhões de dólares pela janela por simples capricho. Se os moinhos gastam estas importâncias a mais todos os anos é por uma razão muito séria: a falta de qualidade do trigo nacional, que atenda as necessidades de fabricação das farinhas exigidas pelos consumidores finais, cada vez mais exigentes no Brasil. Há, então, que se buscar lá fora trigo de qualidade capaz de misturado ao nacional, prover a qualidade que lhes permita trabalhar. Ora, são freqüentes os pronunciamentos de representantes dos triticultores brasileiros afirmando que os moinhos compram trigo no exterior, enquanto ainda há cerca de 3 milhões de toneladas disponíveis no país, “por simples capricho”, solicitando a imediata intervenção do governo. Estes números elevados mostram que não é assim. E, principalmente, que nem todo trigo é igual. Há especificações bem definidas a serem cumpridas pelo trigo para que possa ser caracterizado como matéria prima pelos moinhos. No primeiro debate feito pelo Canal Rural deste ano os dois representantes dos triticultores deram a entender que não sabiam bem quais eram estas especificações, nem como se poderia obtê-las no plantio do trigo; talvez esteja aí uma das falhas da nossa cadeia de produção e de remuneração do trigo brasileiro.

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Fonte: Trigo & Farinhas

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