INTERNACIONAL: Dólar, estoques elevados e clima pressionam os preços dos grãos em Chicago

Publicado em 14/05/2010 11:40
O fortalecimento do dólar pressionou os preços das principiais commodities agrícolas e as cotações da soja, do milho e do trigo trabalharam em queda em Chicago na madrugada dessa sexta-feira. Esse avanço do dólar fez com que a procura por produtos norte-americanos diminuísse por parte dos países investidores e importadores.

O dólar index dos Estados Unidos teve alta de aproximadamente 0,8%, seguindo para a quarta semana de alta consecutiva. O euro, em contrapartida, teve uma queda de US$1,25, por conta de preocupações de que a crise econômica da Europa possa limitar seu crescimento econômico.

“Estoques muito altos, condições climáticas favoráveis e o dólar em alta pressionam os preços do trigo em Chicago. A fraqueza do euro continua, assim como a crescente preocupação com a economia européia”, informa a consultoria Agritel, de Paris.

Estoques de trigo
Segundo informações do grupo Australia & New Zealand Baking Group Ltd, os preços do trigo estão “no limite” de uma crise econômica com o aumento da produção e dos estoques mundiais, que dirigem os preços futuros para uma baixa expressiva.

“A abundância global de trigo, que já é conhecida pelo mercado, continua pressionando os preços”, diz o analista de commodities da CWA Global Markets, Toby Hassall.

Os preços em Chicago podem cair ainda mais, chegando a um valor menor de US$4,50 por bushel. Seguindo esse rumo, há ainda a possibilidade de que as cotações do grão recuem e voltem a ser negociadas a US$4,3925/bushel, patamares de preços que vigoraram durante uma baixa de dois anos nos preços.

Soja
A soja também recuou, pelo terceiro dia, acumulando uma redução semanal de 0,4%. Essa queda se deu, em parte, por especulações de que as colheitas recordes na América do Sul irão reduzir a demanda pela safra norte-americana.

“Os preços da soja em Chicago estão caindo por conta do crescimento dos estoques globais e de uma mudança do mercado exportador para a soja vinda da América do Sul e não mais dos EUA”, afirma Hassall.

O Brasil e a Argentina, os maiores exportadores de soja depois dos Estados Unidos, irão produzir, juntos, 122 milhões de toneladas este ano, 36% a mais do que na última safra (que sofreu com uma seca e teve sua produção reduzida). As projeções para as reservas mundiais são de crescimento de 48%, atingindo um recorde de 63,8 milhões de toneladas da oleaginosa.

Com informações da Bloomberg
Tradução: Carla Mendes

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Fonte: Redação NA

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