Grãos: Campos Gerais/PR colhe safra recorde de 3 milhões de toneladas
O destaque na produção ficou para o milho, cuja área recuou 27,4%, passando de 186 mil hectares para 135 mil hectares neste ano. Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, José Roberto Tosato, a produtividade atingida pela cultura neste ciclo é de 10 mil quilos por hectare. Isso em função das condições climáticas que favoreceram o cultivo. "O excesso de chuvas combateu o aparecimento da lagarta do cartucho e os resultados são excelentes", diz. O mesmo não ocorreu no ciclo anterior quando a estiagem afetou o cultivo de milho e a produtividade média foi de 6,1 mil quilos por hectare. A mesma opinião tem o engenheiro agrônomo da Cooperativa Agrícola Mista de Ponta Grossa (Coopagrícola), Alyson Domingos Valentin. "Esta safra de milho foi muito boa, com híbridos com alta produtividade", diz. Apesar disso, o preço de comercialização impactou no custo de produção.
A soja, no entanto, não obteve resultados tão satisfatórios, apesar do produtor ter apostado na cultura. Segundo Tosato, o inicio do plantio transcorreu normalmente, sendo que a germinação foi excelente, com bom desenvolvimento vegetativo. "Na segunda quinzena de dezembro a umidade elevada resultou no aparecimento da ferrugem asiática e que foi de difícil controle", diz. O aparecimento da ferrugem resultou na redução de produtividade, de 5% em média. Inicialmente era prevista um rendimento médio de 3,325 mil quilos por hectare, mas fechou em 3,200 mil quilos por hectare. A área cultivada de soja neste ciclo chegou a 476 mil hectares, ante 485 mil hectares na safra 2008/09.
Para Valentin, a soja super precoce manteve um teto produtivo bom devido às condições climáticas. "O produtor teve que fazer de uma a duas aplicações por conta da ferrugem asiática, mas mesmo assim teve rentabilidade", diz. Já a soja de ciclo médio a tardio foi altamente influenciada pelas condições climáticas. "A baixa luminosidade afetou o enchimento dos grãos e houve uma quebra de 30% na produtividade e aumento no custo de produção em função do número de aplicações fúngicas", explica.
Produtividade supera a do ano passado
Assim como o milho e a soja, o clima também foi ideal para o feijão das águas ou da primeira safra. Segundo o Deral, apesar da redução na área cultivada, a produtividade ficou em torno de 2 mil quilos por hectare, com produção de 110 mil toneladas. Já com relação ao feijão da segunda safra ou das secas a produtividade chega 2,5 mil quilos por hectare, com produção de 100 mil toneladas. Segundo o engenheiro agrônomo da Cooperativa Agrícola Mista de Ponta Grossa (Coopagrícola), Alyson Domingos Valentin, a comercialização também não ajudou a primeira safra de feijão ou das águas. "A produção foi relativamente normal, mesmo com incidências de doenças, mas as vendas não foram positivas", diz. O mesmo não aconteceu com a safrinha, que teve preços mais estáveis. "A produção ficou dentro da média e o preço está bom", conclui.
Números na região
Safra 2008/09
Área Produtividade Produção
Soja 485 mil hectares 3,250 a 3,350 mil kg/ha 1,62 milhão de toneladas
Milho 186 mil hectares 6,1 mil kg/ha 1,13 milhão de toneladas
Feijão das águas 71 mil hectares 1,700 mil kg/ha 120 mil toneladas
Feijão das secas 55 mil hectares 2,300 mil kg/ha 126 mil toneladas
Total 797 mil hectares - 2,9 milhões de toneladas
Safra 2009/10
Soja 476 mil hectares 3,200 mil kg/ha 1,450 a 1,600 mi de toneladas
Milho 135 mil hectares 9,5 a 10 mil kg/ha 1,350 milhão de toneladas
Feijão das águas 55 mil hectares 2 mil kg/ha 110 mil toneladas
Feijão das secas 40 mil hectares 2,5 mil kg/ha 100 mil toneladas
Total 706 mil hectares - 3,1 milhões de toneladas