Replantio limitado pelo calendário
Apesar das chuvas que alagam lavouras de arroz no Estado, o replantio deve ser mínimo e situar-se dentro da média histórica de 1% sobre a área total no Rio Grande do Sul, estimada em 1,1 milhão de hectares na safra 2009/2010. A adoção desta prática geralmente é parcial e provocada por problemas climáticos. Excesso de água e enxurradas têm poder para apodrecer sementes e plantas ou arrancar tudo do solo.
Especialistas são unânimes ao aconselhar o retrabalho somente em casos extremos, de comprometimento drástico do potencial de produtividade a ponto de afetar a rentabilidade. A incidência de plantas por metro quadrado é o principal indicativo a ser considerado. Acima de 80 plantas nascidas, o replantio não é recomendado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
Além desta análise, o produtor deve considerar principalmente o prazo disponível para o novo plantio, que tem de ocorrer no período recomendado, até 20 de novembro. "O que mais interfere na produtividade é a época de semeadura. A menor população de plantas pode ser compensada com adubação hidrogenada", aconselha o diretor técnico do Irga, Valmir Menezes. Outro fator que deve ser levado em conta é que nem sempre área alagada significa perda. Segundo Menezes, plantas submersas por até cinco dias podem se recuperar, dependendo de fatores como temperatura e ciclo.
Além de ser arriscado plantar fora de época e das possibilidades de minimizar prejuízos, há custos excedentes para reimplantação, enfatiza o presidente da Federarroz, Renato Rocha. As despesas extras incluem mão de obra, insumos e diesel, além do envolvimento do produtor, o que consequentemente afeta a atenção dispensada ao restante da área que não sofreu danos.