Câmara Setorial do Amendoim se reúne para discutir criação do Dia Nacional do Amendoim

Publicado em 17/07/2024 15:45
O Projeto de Lei (PL 4475/2023) requer a data comemorativa para o dia 13 de setembro, na qual também é o Dia Internacional do Amendoim

Com uma produção agrícola voltada à sustentabilidade e uma referência no mercado exterior, o amendoim é um produto de extrema valia para o agronegócio do País. Por isso, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural discutiu, no dia 04 de julho, em uma audiência pública, na Câmara dos Deputados, a criação de uma data comemorativa para o setor.

“Reconhecer essa data é uma maneira de valorizar o árduo trabalho dos agricultores. Celebrar o Dia Nacional do Amendoim em setembro parece uma excelente ideia por várias razões importantes. Primeiramente, é o mês em que os produtores rurais começam o plantio do amendoim, marcando o início da safra.”, destacou Alessandra Mota, do departamento de Relações Institucionais da Associação dos Produtores, Beneficiadores, Exportadores e Industrializadores de Amendoim do Brasil (Abex-BR).

O Projeto de Lei (PL 4475/2023) requer a data comemorativa para o dia 13 de setembro, na qual também é o Dia Internacional do Amendoim. No momento, o PL está aguardando o início da tramitação no congresso. Para o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas, Jaime Recena, os esforços, em conjunto, englobando toda a cadeia produtiva é essencial para a promoção e conquistas do setor.

“Esta é uma vitória de todos os presentes nesta sala. Unidos somos fortes: iniciativa privada, prefeitos, entes públicos. A fixação do dia 13 de setembro dará maior visibilidade a um setor que cresceu 140% nos últimos 10 anos e tem perspectiva futura de expansão. Tanto na produção quanto na exportação. Com mecanização da lavoura e respeito aos conceitos ESG”, destacou Jaime Recena.

São Paulo é o maior produtor nacional e o principal exportador de amendoim. De acordo com o balanço realizado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA – Apta), órgão ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), em 2023, o estado produziu mais de 736 mil toneladas. Sendo que as principais regiões produtoras são, respectivamente, os municípios de Tupã (13,6%), Marília (12,7%) e Jaboticabal (12,2%).

Segundo o coordenador da Câmara Setorial, José Carlos Farias Jr., a CS do Amendoim desempenha um papel fundamental na representação dos interesses dos produtores, agroindústrias, cooperativas e demais agentes envolvidos na cadeia produtiva. “Através do diálogo e da articulação entre os diferentes atores do setor, a cadeia se organizou em busca de soluções para os desafios enfrentados, bem como identificar oportunidades de crescimento e desenvolvimento sustentável. Isso consolidou São Paulo como líder no setor. A atual presidência tem muito a contribuir para a continuidade deste desenvolvimento, a cultura do amendoim é prioridade em na SAA e no Estado de SP”, destacou o coordenador.


Exportação

Além de ser o maior produtor nacional de amendoim, São Paulo também ocupa a liderança nas exportações do país. O produto brasileiro é comercializado, principalmente, na forma de óleo e de grãos descascados. Tendo como principais destinos concentrados em três países que responderam por 61% das exportações: Rússia (28,31%), Argélia (23,59%) e Holanda com (9,56%) para o grão e China e Itália para o Óleo.

Segundo estudo realizado pelo IEA, em 2023, as exportações de amendoim descascado registraram alta e mantiveram o cenário de expansão construído nos últimos anos. Quando comparados ao ano de 2022, os resultados apontam incremento de 4,28% nos volumes exportados e de 33,40% para os valores, contabilizando 297 mil toneladas exportadas que somaram US$443 milhões para o amendoim em grão.

“No ano de 2023 a produção paulista de amendoim quando comparada ao ano anterior registrou incremento na área plantada e na produção. As boas condições da safra permitiram o aumento das exportações, especialmente, do grão, um importante canal de comercialização do amendoim”, destacou Renata Martins Sampaio.

Vale destacar que o amendoim descascado brasileiro, também foi exportado para outros 87 países, sendo destaque, em 2023, a África do Sul que, praticamente, duplicou suas importações, assim como, Polônia, Reino Unido, Colômbia, Espanha e Austrália, países que se consolidam como destinos importantes para o amendoim brasileiro. Segundo os dados do ComexStato setor dobrou o número de países atendidos pelas exportações, subindo de 53 em 2010 para 117 países em 2023.

A corporativa Coplana chega a exportar mais de 60% de sua produção. Com a moeda norte-americana cotada acima de R$ 5,00, segundo o vice-presidente da cooperativa, Sérgio Nakagi, ainda não foi possível sentir o impacto positivo nas vendas do amendoim. Além disso, Sérgio Nakagi ressaltou as exigências fitossanitárias para atender o comércio exterior. “As barreiras sanitárias, principalmente na Europa, estão cada vez mais intensas, aumentando as restrições e diminuindo os volumes aptos a este mercado mais pagador”, disse.

Consumo no mercado interno

No Brasil, o amendoim é bastante consumido, principalmente em doces como a paçoca, pé de moleque, pasta de amendoim, entre outros. O brasileiro consome em média 1,1 kg de amendoim per capita/ano, bem inferior a países como os EUA e China, com 6,7 e 12,8 kg per capita/ano. Para o presidente da Câmara Setorial do Amendoim (CS), José Rossato, existe um mercado interno brasileiro em plena construção, com ações estratégicas e trabalhos em conjunto.

“A CS do Amendoim tem capitaneado por meio de alianças estratégicas com a Abicab e a AbexBR, principalmente com a efetiva comunicação sobre a alta saudabilidade do amendoim na dieta, a sua inserção nas compras públicas e o fomento à pesquisa para inovação em snacks e confeitos tendo o amendoim como ingrediente, em especial através da parceria com o Ital, são vetores da agenda do nosso setor a fim de promover o incremento do consumo interno”, destacou José Rossato.

As propriedades nutricionais do amendoim são os responsáveis por tornar esse alimento tão benéfico para a saúde. O grão é composto principalmente por proteínas, carboidratos, fibras, minerais, vitaminas e gorduras mono e poliinsaturadas. Segundo a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, a TACO, cada 100 gramas de amendoim, há aproximadamente 43,9 g de gorduras totais, 17,2 g de gorduras monoinsaturadas, 16,2 g de gorduras poliinsaturadas, 27,2 g de proteínas, 8 g de fibras alimentares, 20,3 g de carboidratos e 544 calorias.

Fonte: IEA – Apta

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