ANA e INPE lançam publicação que atualiza dados sobre irrigação de arroz no Brasil

Publicado em 03/05/2024 11:43
Produção do grão por irrigação se concentra no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins e área com arroz irrigado vem se mantendo praticamente estável desde a safra 2016-2017

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) lançaram o Mapeamento do Arroz Irrigado no Brasil – Safra 2022-2023 e o Portal de Irrigação do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) durante live transmitida por meio do canal da ANA no YouTube. Disponível no Boletim SNIRH nº 5, o Mapeamento identificou 1,155 milhão hectares (1,155 Mha) de arroz irrigado no Brasil na safra 2022/2023 – cultura com a maior demanda de água de mananciais, como rios e reservatórios: 350 metros cúbicos por segundo em média por ano.

Segundo o Boletim SNIRH nº 5, o Rio Grande do Sul concentra 72,3% da área de arroz irrigado no País, seguido por Santa Catarina (12,2%) e Tocantins (8,9%). Ou seja, os três principais estados produtores do grão concentram 93,4% dessa produção. Ainda sobre a temática da área com essa cultura com irrigação, a publicação informa que desde a safra 2016-2017, o arroz irrigado segue abrangendo uma área praticamente estável, variando de 1,1 a 1,3 milhão de hectares.

Os 30 maiores municípios irrigantes concentram 64% da área de arroz irrigado, sendo que essas cidades se concentram no Rio Grande do Sul (24), Santa Catarina (3) e Tocantins (3); sendo as três maiores Uruguaiana (RS), Santa Vitória do Palmar (RS) e Itaqui (RS). O levantamento da ANA e do INPE identificou arroz irrigado em 311 municípios, sendo que em apenas 139 deles houve o plantio de mais de 1 mil hectares e em 55 a área cultivada foi superior a 5 mil hectares.

 

Tabela

Além disso, o Mapeamento atualiza que os nove polos de irrigação por arroz, identificados pela ANA no Atlas Irrigação publicado em 2021, concentram 90,4% da área de arroz mapeada. O Boletim detalha essas informações por polo, estado e município.

A nova publicação aponta, ainda, que o arroz irrigado apresenta menor dinamismo em comparação a outras culturas e tipos de irrigação, como é o caso dos pivôs centrais os quais têm impulsionado a expansão da irrigação. Por outro lado, o levantamento informa que a importância do arroz para a segurança hídrica e alimentar – levando em conta sua demanda de água – requerem o monitoramento constante da produção e do uso dos recursos hídricos.

 

Portal de Irrigação do SNIRH

Também na live foi lançado o Portal de Irrigação do SNIRH, que reúne conteúdos e serviços sobre a temática de irrigação, como: mapas, painéis interativos, publicações, tabelas, dados geoespaciais, ferramentas de consulta aos dados, entre outros. Com isso, a ANA e o INPE buscam facilitar a disseminação do conhecimento sobre irrigação para a gestão das águas do País, já que esse é o uso que mais demanda o recurso no Brasil e no mundo por conta da produção de alimentos.

Devido à importância da agricultura irrigada para a gestão dos recursos hídricos, a ANA vem desenvolvendo estudos e bases de dados, periodicamente reunidas nas edições do Atlas Irrigação: Uso da Água na Agricultura Irrigada (2017 e 2021) e em publicações específicas e conteúdos adicionais do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos, os quais estão disponíveis no Portal de Irrigação do SNIRH.

Recentemente a Agência atualizou o mapeamento dos pivôs centrais – uma das principais tipologias de áreas irrigadas – por meio do Boletim SNIRH nº 4. Segundo esse levantamento, o País superou os 30 mil pontos-pivôs em 2022, ocupando uma área equipada de 1,92 milhão de hectares. Em comparação com 2019, ano que foi considerado para a publicação do Atlas Irrigação 2021, houve um aumento de 370 mil hectares ou um acréscimo de 24%.

 

A irrigação

A agricultura irrigada é o maior uso da água no Brasil e no mundo. É uma atividade que tem apresentado desempenho crescente nas últimas décadas. Nesse sentido, o Brasil apresenta potencial de expansão da atividade, aumentando o uso de tecnologia em áreas atualmente já agrícolas ou destinadas a pastagens. Em águas de domínio da União, interestaduais e transfronteiriças, a irrigação responde por 55% do volume anual captado e 57% dos pontos com outorgas vigentes, o que torna indispensável o monitoramento das áreas já instaladas e da expansão do uso da água para irrigação, evitando conflitos.

A irrigação é a prática agrícola que utiliza um conjunto de equipamentos e técnicas para suprir a deficiência total ou parcial de água para as plantas. A técnica está presente no cotidiano das pessoas em gramados de campos de futebol e de condomínios residenciais. Além disso, a população consome alimentos produzidos em grande medida com o uso de irrigação, como: arroz, feijão, legumes, frutas e verduras.

A irrigação fornece a água de forma artificial para suprir o que não é atendido pelas fontes naturais de modo a garantir o desenvolvimento das culturas agrícolas. Cada tipo de cultivo necessita de uma quantidade de água, que também varia de acordo com as fases do seu desenvolvimento e com o clima local. 

 

Boletins do SNIRH 

Os Boletins do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos foram criados para apresentar as principais novidades e atualizações das informações sobre águas no Brasil, contribuindo para a difusão do conhecimento e a gestão dos recursos hídricos. Acesse todas as edições em: https://www.snirh.gov.br/portal/centrais-de-conteudos/central-de-boletins.

Fonte: Agência Nacional de Águas e Sanea

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