Argentina: Retenciones deverão ser elevadas para farelo e óleo de soja em 2%; governo e setor se alinham
As retenciones vão subir na Argentina. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (18) por Fernando Vilella, secretário de Bioeconomia do país, detalhando que a taxação sobre as exportações de farelo e óleo de soja deverão ser revisadas de 31% para 33%, como é o caso do grão de soja. Os demais produtos agrícolas terão o imposto elevado para 15%.
Ainda segundo Vilella, o objetivo do governo é o de eliminar o diferencial que existe hoje entre o grão e os derivados de soja, e tal medida, ao ser efeitvada, deverá evitar que o imposto não suba de forma generalizada. Ele explicou ainda que as autoridades têm buscando um "caminho alternativo" para que este aumento não prejudique muitos setores.
"Vamos comunicar um diferencial no projeto que será submetido ao Congresso prevendo um aumento da alíquota dos subprodutos da soja de 31 para 33%, o que compensa, parcialmente, o custo de reduzir para 0% as demais”, disse o secretário. Entre as demais estão arroz, couro bovino, feijão, batata, grão de bico, laticínios, alho, entre outras.
Vilella afirma que, apesar de tudo, este é um avanço e que as negociações entre governo e as instituições de classe - em especial a Mesa de Enlace - e representantes da agroindústria estão bastante próximas em torno das retenciones. O secretário esteve, inclusive, reunido com os representantes da mesa na última quinta-feira (14). "A reunião foi muito positiva e foi gerada uma mesa de diálogo, assim como fizemos antes de tomar posse. Temos objetivos comuns de longo prazo", afirmou o secretário depois do encontro.
Veja seu pronunciamento completo em um vídeo reportado na plataforma X:
"Além de compreender a situação delicada das contas públicas, reiteramos a necessidade de adotar uma política de exportação que contemple um esquema de impostos que incentive a produção e a agregação de valor, com o qual seja possível desenvolver um cronograma para eliminação das taxas, posteriomente, para os complexos de oleaginosas e cereais, além da necessidade de considerar a delicada situação das economias regionais”, trouxe uma nota do Conselho Agroindustrial Argentino.
As expectativas agora estão sobre a reação da Ciara (Câmara da Indústria de Óleos da Argentina), que representa as empresas que voltarão a pagar taxas mais altas para exportar seus produtos e que já estão condições de bastante fragilidade. Com a quebra da safra de soja da última temporada, a falta de matéria-prima levou as indústrias a paralisarem suas atividades, instituirem férias coletivas ao seus funcionários, além de terem perdido muita competitividade no mercado internacional.
Depois das mudanças anunciadas, os futuros do farelo de soja negociados na Bolsa de Chicago voltaram a subir e caminhavam para encerrar os negócios desta segunda-feira com altas de quase 1%, bem como os do óleo de soja. Ambos, mais cedo, trabalhavam com estabilidade.