Rússia pode voltar a acordo para garantir transporte de grãos no Mar Negro, dizem EUA

Publicado em 01/08/2023 19:41 e atualizado em 02/08/2023 08:22

Por Michelle Nichols

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Os Estados Unidos foram informados de que a Rússia está preparada para retomar negociações que podem garantir a exportação segura de grãos ucranianos pelo Mar Negro, mas sem claras evidências de como isso será resolvido, disse nesta terça-feira a enviada do país à Organização das Nações Unidas (ONU).

A Rússia deixou o acordo no dia 17 de julho. A embaixadora norte-americana, Linda Thomas-Greenfield, disse que, se a Rússia quiser exportar seus fertilizantes para o mercado global e fazer transações agropecuárias, “terá de voltar para o acordo”.

“Vimos indicativos de que eles podem estar interessados em retomar as negociações. Então esperaremos para ver se isso realmente acontece”, afirmou a embaixadora em coletiva de imprensa.

Moscou mostrou sinais de que, se suas exigências para melhorar suas próprias exportações de fertilizantes e grãos forem atendidas, pode voltar ao acordo do Mar Negro. O tratado foi estabelecido pela ONU e pela Turquia em julho de 2022, para amenizar a crise alimentar global causada pela invasão da Ucrânia.

As exportações russas de tais produtos não estão sujeitas a sanções do Ocidente, mas Moscou afirmou que enfrenta restrições nos métodos de pagamento, na logística e no mercado de seguros, o que tem prejudicado as transações.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, encontrou-se na semana passada com o vice-chanceler russo, Sergei Vershinin, que liderou as negociações do acordo do Mar Negro por Moscou.

“Se houvesse algo a anunciar, teria sido compartilhado com vocês”, disse na sexta-feira o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.

Após deixar o acordo, a Rússia começou a atacar portos e a infraestrutura agropecuária da Ucrânia no Mar Negro e no Rio Danúbio, causando um aumento nos preços das commodities no mundo.

A Rússia também ameaçou atacar embarcações civis com destino à Ucrânia. Kiev respondeu anunciando medidas similares contra barcos que se dirigiam para a Rússia ou para territórios ucranianos ocupados pelos russos.

Quase 33 milhões de toneladas de grãos ucranianos foram exportados devido ao acordo do Mar Negro. Ambos os países estão entre os líderes mundiais na venda desses produtos.

“O secretário-geral mantém seus esforços para encontrar um caminho que traga os russos de volta para o acordo”, disse Thomas-Greenfield, lembrando que parte do acordo era garantir que os fertilizantes russos chegassem ao mercado consumidor externo. “Se eles estão fora, essa parte do acordo não faz mais sentido.”

O tratado permitiu a exportação de amônio russo -- ingrediente fundamental do fertilizante de nitrato -- por meio de um oleoduto ligado ao porto ucraniano de Odessa. Mas a estrutura está parada desde o início da guerra e foi danificada em junho.

(Reportagem de Michelle Nichols)

Fonte: Reuters

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